NOVAS TECNOLOGIAS

Cientistas desenvolvem defensivo à prova de chuva para cultura da soja


A ferrugem asiática da soja é conhecida por causar danos de até 80% da safra. Para proteger contra esta e outras pragas de plantas, os agricultores dependem de defensivos para proteger seus produtos. No entanto, a chuva pode facilmente lavar a maioria deles da superfície das plantas, o que significa que os agricultores precisam aplicar várias vezes o mesmo defensivo durante a estação de crescimento.

Uma equipe de pesquisadores, liderada por Uwe Conrath e Ulrich Schwaneberg, da Universidade RWTH Aachen, na Alemanha, projetou um defensivo à prova de chuva. “Basicamente, fundimos dois peptídeos naturais. Um liga o outro à superfície da planta. O outro combate o fungo da ferrugem antes que ele penetre na planta hospedeira”, explica Conrath.

O peptídeo de ancoragem, chamado thanatin, penetra na camada de cera da folha, o que impede a chuva de lavá-la. Ligada à thanatin está a dermaseptina, um peptídeo antimicrobiano, que fica voltado para fora da folha e interrompe o microrganismo responsável pela ferrugem asiática da soja de infectar a planta. Peptídeos antimicrobianos, como a dermaseptina, degradam naturalmente e, portanto, não poluem a água ou o solo.

Cláudia Godoy, especialista em ferrugem asiática da soja, da Embrapa, descreve-a como uma tecnologia interessante. Este dipeptídeo bifuncional dermaseptina-thanatina parece funcionar como um adesivo natural. A eficiência em si não é alta o suficiente para o controle de doenças, mas pode substituir adesivos sintéticos”, ela acrescenta.

A equipe testou apenas os peptídeos no laboratório, mas está atualmente negociando com uma empresa de produção de peptídeos para fabricá-los em uma escala maior. Eles também planejam desenvolver o sistema para combater pragas ainda maiores.

Chemistry World, 13/05/2019

Fonte Imagem: Shutterstock

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