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15º INSECTSHOW reúne mais de 600 profissionais para um profundo debate sobre o manejo das pragas da cana

Pesquisas revelam que os prejuízos anuais com o complexo de pragas na cultura podem chegar a R$ 10,86 bilhões


Com a frase “Você atendeu ao chamado” e ao som da música tema de “Ghostbusters, os caça-fantasma”, o Grupo IDEA deu início ao maior seminário sobre o controle de pragas da cana-de-açúcar do mundo. Realizado no Centro de Eventos do Ribeirão Shopping, em Ribeirão Preto/SP, o 15º Insectshow reuniu mais de 600 participantes, entre produtores de cana, profissionais de usinas, pesquisadores, consultores e executivos de empresas ligadas ao segmento, em dois dias de muito conteúdo especializado sobre o manejo desses “adversários da produtividade agrícola”.

Os nematoides, a cigarrinha-das-raízes, o Sphenophorus levis e a broca-da-cana foram os grandes destaques da programação deste ano. Encontradas em praticamente todos as regiões produtoras de cana-de-açúcar do Brasil, essas quatro pragas são responsáveis por dizimar produtividades por onde passam e reduzir a longevidade das lavouras.

No entanto, o complexo de pragas que infesta os canaviais brasileiros é muito mais abrangente. Nos últimos anos, o setor sucroenergético nacional tem registrado aumento no número infestações de pragas outrora consideradas de baixa importância, como a broca-peluda, a broca-gigante e o pão-de-galinha. Por conta disso, o Grupo IDEA reservou parte do evento deste ano para debater as causas e consequências destes novos surtos.

O presidente do Grupo IDEA, Dib Nunes Jr., ressalta a importância do evento na atual conjuntura do setor canavieiro. “No total, foram mais de 15 horas de muito conteúdo. Período em que foram debatidas inovadoras técnicas para o monitoramento e controle dessas pragas, que podem causar grandes prejuízos para usinas e produtores que não adotarem as melhores formas de manejo.” Segundo ele, caso não controlados, esses “invasores” podem causar um prejuízo anual ao setor de R$ 10,86 bilhões.

O 15º Insectshow foi palco para o lançamento de novas soluções para o controle das pragas da cana. Muito mais do que recomendar apenas um inseticida, as empresas apostam atualmente em programas de manejo integrado, que aliam, de forma extremamente sinérgica, várias ferramentas para que o controle alcance o máximo de eficiência com sustentabilidade.

Moléculas inovadoras, união entre produtos químicos e biológicos, defensivos que controlam mais de um tipo de praga, implemento que aplica inseticida na soqueira, variedades de cana geneticamente modificadas, novas metodologias de amostragem, softwares que identificam infestações de pragas no canavial, essas e outras importantes ferramentas foram destaque no seminário.

O evento deste ano contou, ainda, com a participação de dois convidados especiais. O primeiro deles foi Nicholas Vital, jornalista e autor do livro “Agradeça aos agrotóxicos por estar vivo”. Na ocasião, ele desmistificou inverdades sobre o tema, como a de que o brasileiro consome cerca de 5,2 litros de agroquímicos por ano juntamente com os alimentos. Este autor mostrou que o Japão consome dez vezes mais defensivos do que o Brasil que produz 142 quilos de alimentos para cada dólar investido, enquanto o Japão produz apenas 8 kg de alimentos e os Estados Unidos produz somente 51 kg por dólar investido. Outra incoerência que existe nas mídias que atacam o Brasil é que o Japão, país campeão de consumo de agroquímicos, como se explicaria a longevidade de seus cidadãos que em sua maioria, alcançam idades médias ao redor de 100 anos? Muitas outras inverdades são divulgadas pela imprensa alarmista, cujo principal objetivo é reduzir o valor dos produtos brasileiros ao redor do mundo. Chamou a atenção para o termo agrotóxicos estar sendo empregado com intuito pejorativo quando o nome mais correto deveria ser agroquímico ou simplesmente defensivos, como eles realmente são.

O segundo convidado especial foi o professor da ESALQ/USP, Paulo César Sentelhas. Uma das maiores autoridades brasileiras em agrometeorologia, o pesquisador ministrou a última palestra do Insectshow 2019, em que abordou a variabilidade climática e seus impactos na produtividade da cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil, além de fazer projeções para diversas regiões do país, sobre as estimativas de produtividade agrícola e teores de sacarose para a atual safra canavieira.

O evento mais uma vez agradou a todos pelo conteúdo das palestras e pela qualidade das apresentações.
As empresas que compareceram ganharam muita informação nova e muitas dicas de procedimentos frente à inúmeras variáveis que interferem nos índices de infestação das principais pragas da cana-de-açúcar.

Fonte imagem: Grupo IDEA

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