MERCADO

Países do Mercosul e vizinhos poderão unificar uso de agroquímicos


Uma proposta ousada para uniformizar a legislação em torno do uso de agroquímicos em países vizinhos da América do Sul começa a ser discutida na 36ª Reunião Ordinária do Conselho Agropecuário do Sul, em Buenos Aires, na Argentina. Ministros da Agricultura de Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai apresentarão levantamento dos produtos usados nas lavouras – com objetivo de padronizar as biotecnologias agrícolas. Blairo Maggi representará o Brasil no encontro, que vai até amanhã.

– É preciso ter um padrão comum de uso de tecnologias entre países vizinhos, onde produtos agrícolas circulam livremente – defende Gedeão Pereira, presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).

O dirigente cita contradições como o fato de uma molécula química ser proibida no Brasil e autorizada no país vizinho, o qual vende sua produção para consumidores brasileiros. Um dos casos emblemáticos é o do arroz, produzido no Paraguai com agroquímicos proibidos aqui, mas vendido livremente para o nosso mercado.

Além das barreiras fitossanitárias, a falta de uniformidade na legislação prejudica também as indústrias de máquinas e implementos agrícolas, acrescenta o empresário Paulo Costabeber, presidente da Super Tratores Máquinas Agrícolas, revenda da marca New Holland.

– O custo Brasil faz com que as máquinas produzidas aqui fiquem mais caras do que as fabricadas na Argentina, por exemplo. Para avançar nesse ponto, teríamos de ajustar questões tributárias – explica o empresário.

O entendimento de representantes do agronegócio é de que o Mercosul e países parceiros precisam se unir para se fortalecer diante de blocos econômicos que possuem legislações e tributações comuns – como a União Europeia.

– Ou agimos como um bloco forte e nos unimos, ou continuaremos numa disputa intrabloco, o que não é bom para ninguém – resume o presidente da Farsul.

Gauchazh, 20/09/2018

Fonte Imagem: Reprodução

 

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