MERCADO
Mercado de biológicos se aproxima de R$ 1 bilhão no Brasil
O mercado de controle biológico na agricultura cresce a cada safra no país, impulsionado pela busca dos produtores por alternativas complementares ao uso dos defensivos químicos no combate a pragas e doenças das lavouras.
Pesquisa da Spark Inteligência Estratégica aponta que esse mercado movimentou R$ 930 milhões (US$ 237 milhões) na safra 2019/20, com incremento de 46% em reais e de 34% em dólares ante 2018/19. A área potencial tratada cresceu 23%, para 19,4 milhões de hectares.
A soja é a cultura com maior relevância nesse mercado (59% da área total tratada), seguida por cana (27%) e algodão (6%). Milho, café, feijão e uma ampla cesta de hortifrútis vêm na sequência. Também em termos de área tratada, os produtos com maior procura são os bioinseticidas (41%), bionematicidas (35%) e biofungicidas (24%).
Lucas Lima Alves, coordenador de projetos da Spark, afirma que os defensivos biológicos respondem hoje por 2,5% de um mercado de produtos de proteção de cultivos que gira em torno de US$ 12 bilhões por ano, e que a tendência é de avanço.
“O crescimento dos biológicos é puxado pela recomendação, cada vez maior, da academia e das indústrias, de que o produtor diversifique sua estratégia de controle de pragas e doenças, visando manejar a resistência aos químicos”, diz. Além disso, ele destaca a maior facilidade de registro dos biodefensivos como um fator que aumenta a oferta nas prateleiras e contribui para o desenvolvimento do mercado. “Diferentemente dos defensivos tradicionais, registrados por praga e cultura, os biológicos têm registro amplo, para todas as culturas”, explica Alves.
Conforme dados do Ministério da Agricultura compilados pela Spark, nos últimos cinco anos foram registrados 199 produtos biológicos no Brasil, ante 70 de 2005 a 2014. Os biológicos cobrem apenas 20% da área plantada no Brasil com diferentes culturas, ou 13,1 milhões de hectares, conforme a Spark. Assim, é grande o potencial de crescimento.
Segundo o Radar Agtech Brasil 2019, da Embrapa, 2,8% de um total de 1.125 startups no país se dedicam especificamente à fabricação de agentes biológicos, 3% a ferramentas de agricultura de precisão, 2,6% a tecnologias de sensoriamento remoto e 3,8% à operação de drones. Cada qual com seu papel, elas têm ganho cada vez mais relevância nas aplicações de biodefensivos.
Fonte: Agrolink, Por Leonardo Gottems, 22/10/2020
Fonte da Imagem: Imagem de Nattanan Kanchanaprat por Pixabay