SUSTENTABILIDADE
MAPA autoriza primeiro produto biológico para a ferrugem da soja
O produtor passa a ter uma opção biológica para o controle da ferrugem asiática da soja. Formulado à base da bactéria Bacillus subtilis, o Bio Imune é o primeiro produto biológico autorizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para o controle da doença causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi.
De acordo o Grupo Vittia, responsável pelo produto, além da proteção contra o patógeno, o Bio Imune auxilia no desenvolvimento da soja, podendo promover um incremento de produtividade em 18% quando comparado com os produtos já existentes no mercado.
Conforme explica a Gerente de Desenvolvimento de Mercado do Grupo Vittia, Cibele Medeiros, o Bio Imune não é um produto novo. “Desde 2017, o produto está no mercado e já tem registro como defensivo biológico para outras doze doenças. Hoje, ele é o único biológico registrado para ferrugem. Esse registrou visou otimizar dose e estabelecer um posicionamento para a ferrugem”, ressalta.
Durante o processo de fermentação da bactéria, além da multiplicação dela, há a produção de metabólitos, que agem direta e indiretamente na planta, promovendo o seu desenvolvimento.
Medeiros explica que, como efeito direto, o produto induz à resistência da planta à ferrugem e, ao entrar em contato com a planta, a bactéria tem a capacidade de penetrar o tecido vegetal e competir com outros micro-organismos fitopatogênicos.
“O grande diferencial e a inovação é proporcionar o uso racional dos químicos, com uma convivência dos defensivos convencionais com os biológicos e também integrar não só proteção como também produtividade por conta dos mecanismos de ação que ele promove na planta. Sem contar que ele é pouco tóxico ao meio ambiente, garantindo uma segurança tanto ao aplicador quanto no alimento que vai ser consumido”, afirma.
Aplicação
A aplicação do produto é foliar, feita uma vez na fase vegetativa (V5) e outra na fase reprodutiva da soja (até o enchimento de grãos). A formulação líquida facilita a aplicação, que é similar ao que o produtor já faz com fungicidas convencionais para a ferrugem.
“Por se tratar de um produto biológico, a gente tem um trabalho de compatibilidade com os químicos mais utilizados no mercado. Praticamente, não há incompatibilidade com outros produtos, seja inseticida, fungicida, fontes nutricionais e herbicidas. Mas, por precaução, a gente sempre orienta que o produtor observe a tabela de compatibilidade, disponibilizada pela nossa equipe de campo ou parceiros distribuidores”, explica a executiva.
Segundo Medeiros, o marco regulatório do Programa Nacional de Bioinsumos, lançado este ano pelo Mapa, ajudou a acelerar o processo de autorização do Bio Imune. “Com esse marco regulatório, a gente teve uma prioridade na fila de análises, principalmente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e alguns testes foram dispensados, e isso viabilizou muito”, salientou.
Atualmente, a ferrugem asiática da soja é considerada uma das principais doenças da cultura por ser encontrada em quase todas as regiões do País e por seu potencial de dano. O fungo causador desta doença provoca a desfolha precoce, interferindo na formação das vagens e enchimento de grãos e, como consequência, reduzindo a produtividade da lavoura.
Fonte: Terra Solos
Fonte da imagem: Imagem de Vitor Dutra Kaosnoff por Pixabay