ENTREVISTA

Rogério Rangel fala dos benefícios da sua base fabril na Índia na atual situação do mercado global de defensivos


Rogério Rangel é Diretor de Marketing da UPL no Brasil. Tem formação em agronomia pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – USP.

1. A UPL vem mostrando crescimento nas vendas de defensivos em todo o globo, e principalmente na América Latina, se tornando uma das grandes empresas de químicos na Índia. Quais são as perspectivas para os próximos anos para a UPL global e sua atuação no Brasil?

Realmente, a UPL vem apresentando um crescimento global e no Brasil acima da média do mercado e a nossa expectativa é que isso continue nos próximos anos. Isso é fruto do trabalho que estamos desenvolvendo com muito foco em atender às necessidades dos Agricultores através de nossos parceiros, distribuidores, revendedores e cooperativas.
A nossa expectativa para os próximos anos é continuar com esse mesmo ritmo de crescimento, porque temos investido muito em novas soluções e produtos que visam atender às necessidades dos Agricultores. No Brasil, por exemplo, prevemos vários lançamentos para os próximos 2 a 3 anos. Desta forma, temos segurança de que nosso crescimento continuará acima da média do mercado de defensivos agrícolas no Brasil.

2. Quais são os impactos para a UPL da redução de oferta e alta nos preços de defensivos e matérias primas das fábricas chinesas? Quais são os benefícios de operar o atendimento aos clientes na Índia, inclusive para o Brasil?

A grande modificação que a indústria de defensivos vem passando devido ao maior controle das fábricas chinesas vem afetando o mercado brasileiro de maneira muito forte e de duas formas: na escassez, por conta da restrição de oferta de produtos, e no consequente aumento de preços. Nesse cenário a UPL continuará a atender o mercado sem problemas, uma vez que conta com uma forte base fabril. São mais de 30 fábricas espalhadas em partes estratégicas do mundo e com uma base fabril muito forte na Índia. Dessa forma, a dependência que a UPL tem de matérias-primas chinesas é menor do que nossos principais concorrentes e, portanto, esperamos um impacto muito menor em nossos produtos e continuaremos atendendo a demanda dos nossos clientes de forma satisfatória.

3. O uso de defensivos biológicos está apresentando um crescimento global no setor, podendo chegar a 20% do mercado até 2022. Qual é o posicionamento que a empresa está tomando para avançar neste mercado de defensivos?

A UPL segue muito atenta às tendências de mercado e com certeza acompanha o crescimento e o interesse de produtores rurais em todo mundo por produtos biológicos. Temos trabalhado fortemente no desenvolvimento de soluções que atendam esse mercado a nível global, focando em soluções específicas para cada região de atuação, como o Brasil. Nosso país é um exemplo de pessoas trabalhando na pesquisa de novas tecnologias focadas nas necessidades desse mercado. Dessa forma, conseguimos fazer um desenvolvimento global adaptado às necessidades locais dos principais países, e trabalhando em conjunto com várias instituições que desenvolvem soluções biológicas.

4. As condições da agricultura no Brasil têm forte impacto para os produtores de defensivos, como clima, produtividade e situação financeira dos produtores. Como a UPL enxerga a situação atual das principais culturas cultivadas no país e a expectativa para os próximos anos?

O Brasil vem há vários anos se desenvolvendo com uma agricultura de ponta, um segmento que nos enche de orgulho, e nós estamos bastante atentos a isso. A UPL tem o Brasil como um dos seus principais mercados e tem investido no desenvolvimento da agricultura e dos seus produtos aqui no país.
A agricultura brasileira está sempre em busca de novas tecnologias, e isso é mais um incentivo para que continuemos trabalhando junto com os agricultores. Com uma agricultura de alta tecnologia e produtos para atender o mercado nacional e internacional, são critérios que fazem com que o Brasil seja uma aposta muito promissora.
Somos reconhecidos globalmente como uma potência agrícola, mas ainda temos muito o que desenvolver nessa área, com grande potencial ainda pela frente. Os agricultores vêm colaborando muito para o desenvolvimento da agricultura brasileira através de investimentos com eficiência de produção e produtividade sustentável, além de conseguirem atender o mercado mundial.

5. A UPL vem se fortalecendo no mercado de genéricos no país nos últimos anos, com a liberação de uma maior quantidade de registros aumentando seu portfólio. Qual a estratégia de atuação da empresa neste mercado de genéricos para os próximos anos, visto que ele tende a manter o crescimento atual.

A UPL no Brasil, como nos outros países em que ela atua, trabalha alinhada com as políticas governamentais locais e atende perfeitamente ou integralmente todas as exigências feitas para o registro de produtos. Reconhecemos que o Brasil tem uma legislação bastante avançada nesse ponto e, para atender essa legislação, trabalhamos com uma equipe dedicada ao cumprimento das demandas governamentais. Com isso, conseguimos estar dentre as empresas que mais conseguiram novos registros no Brasil nos últimos anos.
Para garantir o crescimento nesse mercado, a nossa estratégia com produtos pós-patente tem sido buscar novas formulações com a combinação de produtos e de ingredientes ativos já disponíveis, criando produtos únicos no mercado. A UPL tem obtido muito sucesso com essa tática, criando produtos diferenciados para atender as necessidades do produtor brasileiro. Eu destaco o inseticida Sperto, que foi lançado no final do ano passado, com uma mistura de dois ingredientes ativos e com alta eficiência no controle de pragas sugadoras em cinco cultivos de cinco culturas diferentes no Brasil.

Sobre a UPL

Fundada em 1969, a indiana UPL atua hoje em 124 países e conta com 28 Centros Tecnológicos que desenvolvem produtos de altíssima qualidade. Com mais de 28 aquisições nos 11 últimos anos, a UPL está entre as 10 maiores empresas do mundo no segmento de agroquímicos. Investimentos contínuos que fomentam a diferenciação a partir de novas formulações, produtos e combinações inovadoras cada vez menos agressivas ao meio ambiente e à saúde das pessoas.
O trabalho global originou a missão de proteger e nutrir lavouras de soja, milho, algodão, café, cana-de-açúcar, arroz, pastagem, horti-fruti, citros no Brasil, objetivo cumprido sempre pela UPL em seus mais de 10 anos de atuação no país.

Equipe Global CropProtection, 28/06/2018

Fonte Imagem: Reprodução

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