NOVAS TECNOLOGIAS

Minas Gerais libera recursos para pesquisar a alta mortalidade de pequizeiros


O Governo de Minas liberou R$ 497,5 mil do Fundo Pró-Pequi para o desenvolvimento de pesquisas sobre o alto índice de mortalidade de pequizeiros, no Norte do estado. Em algumas regiões, a mortalidade alcança 60% das plantas, comprometendo a competitividade e a sustentabilidade do arranjo produtivo, que é estratégico para o sustento das famílias e a economia local.

O pequi é o principal produto florestal não madeireiro extraído do Cerrado. Com mais de 3 milhões de plantas produtivas, Minas Gerais responde por 70% da produção nacional do fruto. Em 2019, o volume estadual alcançou pouco mais de 203 mil toneladas.

A comercialização do pequi e seus produtos corresponde a uma parcela significativa do PIB de alguns municípios da região, envolvendo mais de 15 mil famílias extrativistas, que têm na atividade sua principal fonte de emprego e renda.

Um exemplo é o município de Japonvar, onde o extrativismo do pequi faz parte da cultura e da economia local. De acordo com levantamentos da Emater-MG, o município possui quase 2 mil catadores e mais de 160 mil pequizeiros, com a exploração de quase todas as árvores.

Fundo Pró-Pequi

Segundo o subsecretário de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural Sustentável da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Ricardo Peres Demicheli, o Programa Mineiro de Incentivo ao Cultivo, à Extração, ao Consumo, à Comercialização e à Transformação do Pequi e Demais Frutos e Produtos Nativos do Cerrado (Pró-Pequi) é uma das principais políticas públicas do Governo de Minas, voltada para a sustentabilidade das espécies nativas do Cerrado.

“O programa possui um fundo constituído pelos recursos arrecadados com a derrubada legal de pequizeiros que é direcionado aos projetos de assistência técnica, pesquisa e ao incentivo da cadeia extrativista. É um instrumento que incentiva o extrativismo, dentro de uma perspectiva de longo prazo e de sustentabilidade”, destaca o subsecretário Demicheli, que também é presidente do Conselho Pró-Pequi.

Pesquisa

Coordenado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), o projeto “Causas bióticas e abióticas da mortalidade dos pequizeiros no Norte de Minas e estratégias de manejo, manutenção da diversidade e da qualidade” vai ser executado a partir deste ano, em parceria com a Emater-MG, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

A pesquisadora e coordenadora do Programa Estadual de Pesquisa em Fruticultura da Epamig, Maria Geralda Vilela, explica que o projeto de pesquisa aprovado pelo Conselho do Pró-Pequi é constituído de oito metas: levantamento e identificação de pragas e doenças do pequizeiro em condições naturais do Norte de Minas; o manejo da “Broca do Tronco”; identificação de clones superiores do ponto de vista agronômico, com a respectiva coleta, armazenamento e multiplicação de material propagativo; propagação e repovoamento de pequizeiros no campo; micro propagação, com o objetivo de aumentar a oferta de plantas para os coletadores e a quem deseja se dedicar à produção; plantio experimental em pequenas unidades em locais estratégicos; avaliação dos produtos processados pelas agroindústrias, visando garantir a segurança dos alimentos e difusão de tecnologias.

Na avaliação da pesquisadora Maria Geralda Vilela, o projeto está estruturado para identificar o problema e apresentar soluções ao produtor, ao mesmo tempo em que se analisa a possibilidade de repovoamento ou implantação de unidades produtivas, a manutenção da diversidade das plantas e o manejo da praga.

Fonte: SEAPA, 28/01/2021

Fonte da imagem: Imagem de StockSnap por Pixabay

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