SUSTENTABILIDADE

Biodefensivos apresentam crescimento de 45% no Brasil


Nos últimos cinco anos, o mercado brasileiro de biodefensivos cresceu 45% em CAGR (Taxa Composta de Crescimento Anual), de acordo com dados apresentados pela Embrapa. Em contrapartida, o crescimento dos agroquímicos foi de apenas 6%, conforme destacado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.

Essas informações foram apresentadas na abertura do simpósio “Trichoderma: o mais importante agente de controle biológico de doenças de plantas” organizado pela Embrapa e pela Universidade de Salamanca na Espanha.

Paula Packer, chefe da Embrapa Meio Ambiente, destacou a importância do controle biológico, tema que a empresa estuda há décadas. Além disso, a chefe ressaltou “A agricultura brasileira deve ser sustentável e demonstramos isso de várias maneiras, como o controle biológico baseado na ciência”.

O pesquisador Bettiol relatou que no cultivo da soja, a área tratada com biodefensivos aumentou de 12 milhões de hectares em 2020 para 20 milhões de hectares em 2023, e tendência semelhante ocorreu com outras culturas.

As previsões indicam que o mercado global de biodefensivos atingirá US$ 27,9 bilhões até 2028. Em 2011, o Brasil contava com 26 produtos registrados e, em 2023, o portfólio já continha 616 produtos.

Lecio Kaneco, engenheiro agrônomo da Ballagro, afirmou que a empresa teve origem a partir de um produto à base de Trichoderma. “Nossa evolução no mercado se deve ao Trichoderma e às pesquisas desenvolvidas com esse organismo”, acrescentou.

O professor da Universidade de Salamanca, Enrique Monte, falou sobre a adaptabilidade do Trichoderma. Monte destacou que “a principal característica que define esse gênero é o seu oportunismo, ou seja, a sua enorme capacidade de colonizar qualquer substrato em qualquer ambiente, da Antártica ao Caribe ou ao deserto do Saara”.

O professor também comentou que começou a estudar esse organismo em 1986, quando era considerado uma ideia excêntrica. “Curiosamente, China, Índia e Brasil estavam trabalhando nisso, desenvolvendo o controle biológico, talvez porque os agroquímicos fossem mais caros”, analisou o professor. Além disso, o professor ressaltou que muitas empresas que não trabalhavam com esses organismos, começaram a buscar desenvolver produtos biológicos.

Segundo Sergio Mazaro, pesquisador da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, a introdução do Trichoderma no sistema de manejo é essencial para o sucesso no controle dos fitopatógenos que habitam o solo. Ele viu como principais desafios para o futuro o uso racional e eficiente de produtos biológicos, cuidados com os produtos, especificidade de isolados ou cepas, alvos biológicos, formas e condições de aplicação, compatibilidades químicas e biológicas, bem como formulações e tecnologias envolvidas na gestão do sistema.

Fonte: Agropages – Leonardo Gottems, publicado em 21/03/2024

Fonte da imagem: Freepik

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