SUSTENTABILIDADE
Pesquisadores chineses desenvolvem formulação de defensivo verde para controle de pragas
Uma equipe de pesquisadores dos Institutos de Ciências Físicas de Hefei da Academia Chinesa de Ciências desenvolveu uma formulação inovadora de defensivos verdes que promete melhorar o controle de pragas, priorizando a segurança das culturas e do meio ambiente.
“Este novo defensivo coloidal representa uma alternativa mais ecológica aos agroquímicos tradicionais”, disse o Prof. Wu Zhengyan, que liderou a equipe de pesquisa. Os resultados deste estudo foram publicados na ACS Nano.
Os defensivos tradicionais geralmente enfrentam vários desafios, incluindo aplicação irregular nas folhas das plantas, suscetibilidade à lavagem na chuva e rápida degradação sob a luz solar. Além disso, os produtos químicos residuais dessas formulações podem representar riscos ambientais.
Neste estudo, a equipe projetou uma nova formulação de defensivo que usa pontos de carbono modificados e partículas de carbonato de cálcio como transportadores de abamectina. Esta nova fórmula aumenta a adesão às folhas, resiste à degradação da luz solar e fornece uma liberação gradual do ingrediente ativo para eficácia sustentada.
O sucesso desta nova formulação reside em sua estrutura única. Os pontos de carbono (LysCDs) combinados com carbonato de cálcio (CaCO3) aumentam a capacidade do defensivo de reter mais abamectina – aproximadamente 1,7 a 2,1 vezes mais do que as formulações convencionais. Isso permite maior eficácia usando menos ingredientes ativos.
Quando o defensivo entra em contato com o ambiente fracamente ácido nas folhas das plantas, o carbonato de cálcio se decompõe, facilitando uma liberação mais rápida do defensivo e permitindo um rastreamento mais fácil através da fluorescência emitida pelos pontos de carbono.
Esse mecanismo de “liberação controlada” garante que o defensivo permaneça ativo por mais tempo, mesmo em condições desafiadoras, como luz ultravioleta ou chuva.
Em testes realizados com Plutella xylostella (mariposa-das-crucíferas), uma praga agrícola comum, a nova formulação demonstrou excelente controle de pragas tanto em ambientes internos quanto externos. É importante ressaltar que também minimiza o impacto ambiental. Em comparação com os agroquímicos tradicionais, esta nova formulação mostrou toxicidade reduzida para organismos não-alvo, como peixe-zebra e minhocas.
Além disso, uma vez que o defensivo liberou seu ingrediente ativo, os materiais restantes se decompõem em substâncias inofensivas como íons de cálcio (Ca²⁺), dióxido de carbono (CO₂) e pontos de carbono, reduzindo significativamente o risco de poluição.
Fonte: Agropages, publicado em 20/01/2025
Fonte da imagem: Freepik