ANÁLISES GCP

Panorama internacional da reavaliação de defensivos agrícolas


No mercado internacional, alguns defensivos químicos têm passado por processo de reavaliação, visando atender novas regras de regulamentação e incentivar a utilização de moléculas mais modernas.

Na União Europeia (UE), a regulamentação é feita pela Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA).  A Diretiva 414/1991 da UE exigiu a reavaliação de cerca de 900 ingredientes ativos dentro do prazo de 12 anos. Como resultado, 520 moléculas foram classificadas como “não aprovadas”, entretanto, esse parecer não está relacionado a toxicidade ou processos regulatórios, mas sim à falta de avaliação completa. Com isso, não é possível afirmar que esses produtos foram banidos, pois não foram aprovados por falta de investimento no processo desta reavaliação.

Em relação ao glifosato, este continua aprovado para utilização na UE até 2033, mas com algumas restrições, como a proibição do uso pré-colheita como dessecante, sendo exigidas práticas de manejo para mitigar riscos a organismos não-alvo. Há países, como a França e Alemanha, que pretendem realizar a redução de uso do herbicida. Na Alemanha, o planejamento é reduzir o uso do glifosato até a suspensão completa. Já a atrazina, foi proibida em 2004 sob a alegação de riscos à saúde. No caso do imidacloprido, o ativo foi banido em 2018 para o uso ao ar livre devido aos impactos sobre os polinizadores. Além disso, a União Europeia tem adotado estratégias que visam a redução de agroquímicos em 50% até 2030, com o incentivo à utilização de soluções biológicas.

Já nos Estados Unidos a regulamentação é feita pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA). No país, o glifosato permanece aprovado para utilização, porém dado o enfretamento de processos judiciais, o herbicida pode sofrer algum tipo de restrição/proibição no futuro. O uso do paraquate é restrito no local, sendo necessário treinamento para sua aplicação devido à alta toxicidade. A atrazina atualmente tem uso permitido no território norte-americano, mas também com restrições, como limites de volume de aplicação, a obrigatoriedade de operadores certificados e a proibição de aplicação em condições de chuva, conforme especificado no rótulo. Já o clorpirifós, foi banido em 2021 após uma reavaliação intensiva realizada pelo EPA.

De modo geral, as decisões relacionadas à restrição ou proibição de uso dos produtos fitossanitários em diversos países, são orientadas por questões ligadas a modificações de manejo agronômico, tipos de cultura e novas avaliações de risco toxicológico. Esse cenário tende a impulsionar a demanda por soluções biológicas, que vêm conquistando espaço crescente no mercado global.

 

Fonte: Equipe Global Crop Protection

Fonte da imagem: Freepik

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