Governo do RS reforça importância do vazio sanitário após alta detecção de ferrugem na soja

O governo do Rio Grande do Sul divulgou um relatório sobre o monitoramento da ferrugem asiática da soja, revelando altos níveis de esporos detectados no início da safra 2024/25. O estudo, realizado pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) em conjunto com a Emater/RS-Ascar, destaca a importância da vigilância constante para o controle da doença.

Municípios como Muitos Capões, Três Passos, Ijuí e Cruz Alta apresentaram as maiores concentrações de esporos. A ferrugem asiática, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, teve suas primeiras ocorrências registradas em outubro de 2024, logo após o término do período de vazio sanitário no estado.

Os meses de outubro e novembro concentraram os maiores níveis de inóculo, seguidos por março de 2025. O Planalto Médio foi a região mais afetada, seguido pelo Planalto Superior e pelo Alto/Médio Vale do Uruguai. As análises indicaram que os picos de concentração do fungo ocorreram após períodos de chuva e em condições de alta umidade relativa do ar.

Apesar da alta infecção inicial, as condições climáticas contribuíram para conter a expansão da doença. A safra 2024/25 foi caracterizada por neutralidade climática e chuvas abaixo da média em grande parte do estado, além de ondas de calor em fevereiro e março, fatores que limitaram a formação de novos focos da doença.

O programa de monitoramento da ferrugem no Rio Grande do Sul utiliza coletores de esporos em 77 lavouras de soja, distribuídas em 75 municípios que representam as 11 regiões ecoclimáticas do estado. Os dados são atualizados semanalmente e disponibilizados em mapas on-line.

Atualmente, o estado cumpre o período de vazio sanitário da soja, em vigor de 3 de julho a 30 de setembro. Durante este período, a manutenção de plantas de soja voluntárias ou em qualquer fase de desenvolvimento é proibida, visando reduzir a sobrevivência do fungo entre as safras.

Fonte: Folha de Curitiba, publicado em 24/09/2025

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