Pesquisa mostra que nanotecnologia à base de materiais naturais revoluciona aplicação de agroquímicos

O uso ineficiente de defensivos convencionais leva a um grande desperdício de recursos e representa sérios riscos ao meio ambiente e à saúde humana.

Para enfrentar esse desafio, pesquisadores desenvolveram um sistema de liberação nanobiotecnológico, responsivo à lacase, utilizando materiais de origem natural. O sistema foi criado a partir de nanopartículas de lignina carregadas com o fungicida piraclostrobina (Pyr@LNPs), obtidas por automontagem, e posteriormente revestidas com quitosana (CS), formando as partículas Pyr@CS/LNPs. Essa formulação à base de água dispensa o uso de solventes tóxicos e apresentou alta capacidade de carregamento do defensivos de 46,66%.

Em comparação com uma suspensão comercial de piraclostrobina (Pyr SC), as Pyr@CS/LNPs demonstraram fotostabilidade significativamente maior, com meia-vida sob radiação UV 2,65 vezes superior.
Quando estimuladas pela enzima lacase, que simula uma infecção causada pelo fungo Botrytis cinerea , as nanopartículas liberaram rapidamente o defensivo. Além disso, as Pyr@CS/LNPs mostraram desempenho superior de retenção e adesão nas folhas de morango, mantendo-se 3,15 vezes mais após simulação de chuva, em comparação à formulação comercial.

Testes biológicos confirmaram maior eficácia no controle do fungo B. cinerea e melhor translocação bidirecional do defensivo nas plantas de morango. Avaliações de biossegurança indicaram ainda que as Pyr@CS/LNPs reduziram em 3,04 vezes a toxicidade aguda para minhocas, sem causar efeitos negativos ao crescimento das plantas.

Em conjunto, o estudo apresenta uma nanoplataforma ecológica e sustentável para a liberação precisa de agroquímicos, oferecendo uma solução promissora para o avanço de tecnologias agrícolas mais verdes e seguras.

Fonte: Agropages, publicado em 17/10/2025

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