Mato Grosso prepara plano para controle da Helicoverpa armigera

O Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) começou a elaborar o plano de manejo para controle da lagarta Helicoverpa armigera no Estado. O documento vai conter uma série de medidas que deverá ser adotada pelos produtores nas áreas produtoras. A composição está baseada nos conceitos e práticas do Manejo Integrado de Pragas (MIP), desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

De acordo com o coordenador de Defesa Vegetal do órgão estadual, Ronaldo Medeiros, a construção é feita em conjunto com as entidades do setor produtivo, além do próprio Mapa em Mato Grosso. Nesta semana, o governo declarou no estado a emergência fitossanitária em função dos ataques da lagarta.

“As medidas previstas observam as particularidades do estado e sugerem o vazio sanitário, um calendário de plantio, além de ações baseadas em estudos feitos pela Embrapa”, disse Medeiros ao G1.

O plano de manejo da Embrapa traz uma série de recomendações ao produtor quanto ao combate da praga, considerada uma das maiores preocupações da agricultura nesta safra 2013/14. Entre elas, a adoção de áreas de refúgio, o uso de forma controlada de produtos químicos e destruição de restos culturais, por exemplo.

A importação e uso de agrotóxicos com o princípio ativo benzoato de emamectina também são relacionados no documento da Empresa Brasileira. Segundo o coordenador do Indea em Mato Grosso, a aquisição destes produtos por agricultores locais deverá ser feita seguindo a portaria nº 1.109 do Ministério da Agricultura.

O documento, de 6 de novembro de 2013, estabeleceu, de forma geral o plano de supressão da praga Helicoverpa armigera e as medidas emergenciais de defesa sanitária vegetal que serão estabelecidas pelo órgão estadual de Defesa Agropecuária.

“As importações serão feitas seguindo as normas já publicadas pelo governo. Iremos apenas disciplinar uma maneira que o produtor faça a aquisição”, completou ainda Ronaldo Medeiros. A autorização para compra deve ser emitida pelo órgão mato-grossense.

Avanço da praga

A Embrapa atribui o crescimento populacional de lagartas do gênero Helicoverpa e consequentes prejuízos aos sistemas de produção foram ocasionados por um processo cumulativo de práticas de cultivo inadequadas, caracterizadas pelo plantio sucessivo de espécies vegetais hospedeiras (milho, soja e algodão) em áreas muito extensas e contíguas associadas a um manejo inapropriado dos agrotóxicos.

“Isso tornou o agroecossistema progressivamente suscetível a doenças e aos insetos-praga devido à farta disponibilidade de alimentos, sítios de reprodução e abrigo durante quase todo o ano”, diz a empresa no plano de manejo.

Além Mato Grosso o oeste da Bahia já teve declarada a emergência fitossanitária para Helicoverpa armigera.

Fonte: G1 (MT) | Leandro J. Nascimento

21/11/2013

Imagem: Wanderlei Dias Guerra/Mapa