A japonesa Arysta, tradicional fabricante de defensivos agrícolas, fechou a aquisição da francesa Goëmar e reforçou a aposta em nutrição vegetal. A compra, concluída em março, deverá contribuir para que a múlti ganhe forças na busca pela liderança nesse mercado de fertilizantes especializados, disse Flávio Prezzi, presidente da empresa para a América Latina.
O executivo lembra que o segmento de nutrição vegetal ainda é pulverizado e “confuso”, mas que, segundo estimativas, já movimente entre US$ 200 milhões e US$ 250 milhões por ano na América Latina. Conforme Prezzi, 60% dos US$ 120 milhões que a Arysta fatura globalmente nessa área vêm de países de países da região. “Isso indica que estamos indo para a liderança na região”.
A América Latina tem grande peso para a Arysta nessa frente porque, conforme Prezzi, foi onde a empresa estreou em nutrição vegetal. Em 2007, a companhia comprou o GBM (Grupo Bioquímico Mexicano) e passou a atuar com “biosoluções” – que envolvem, além da nutrição vegetal, produtos para controle biológico.
Prezzi não revelou o montante pago pela Goëmar, nem o faturamento da empresa, mas disse que está “entusiasmado” com as potencialidades da complementação com o portfólio da Arysta na América Latina. A empresa francesa tem foco no aumento de produtividade, especialmente no segmento de hortifrúti, com tratamento de sementes ou via foliar. Possui, também, uma linha dedicada a aumentar o “tempo de prateleira” dos vegetais.
“A Goëmar está bem posicionada na Europa e nos EUA, mas na América Latina é tímida, com operações apenas no Chile e no México. A oportunidade de oferecer ao produtor uma solução combinada de defesa e nutrição nos dá confiança para avançar nesse mercado na região”. Do faturamento global da Arysta em 2013, cerca de 45% vieram da América Latina, o equivalente a quase US$ 700 milhões.
Valor Econômico, 11/04/2014
