Plantio de soja em Mato Grosso volta ao ritmo normal

O plantio de soja em Mato Grosso começou ameaçado pela estiagem de 20 dias. Previsto para o começo de outubro, a semeadura teve ritmo normal apenas no dia 23. A reportagem de GLOBO RURAL conversou com dois produtores durante o Circuito Tecnológico da Soja, promovido pela Aprosoja-MT.

Volnei Leite, gerente técnico do Grupo Nativa, conta que as primeiras sementes foram colocadas no dia 29 de setembro em apenas quatro dos doze mil hectares destinados à soja. Já prevendo a seca que atingiu o Estado, a empresa adotou uma estratégia diferente: optou por uma cultivar de ciclo precoce (VTop, da Syngenta, 90 dias) e investiu em maquinário moderno e ágil. Foram adquiridas pelo grupo seis colheitadeiras e duas plantadeiras (para soja e algodão). 

Mesmo com a seca, as plantas conseguiram se desenvolver porque antes dos 20 dias de estresse hídrico, houve chuva para encharcar o solo. “Mas elas se desenvolveram até o primeiro estágio e pararam depois, durante os 20 dias de seca. Agora vão se desenvolver, mas estimamos perdas nas colheita”, contou o gerente, que especula 55 sacas/ he ao invés da média de 60 sacas/ he. No fim da semana, na região de Primavera do Leste choveu 35mm, e deve seguir assim pelo menos até o início da próxima semana. 

Helicoverpa

A lagarta helicoverpa já ataca as lavouras de soja. Na fazenda do Grupo Nativa, os ataques só deram trégua quando não havia cultura plantada. “Elas ficam no solo e saem quando o clima é favorável”, disse Volnei. Ele já aplicou inseticida por três vezes, e a lagarta resiste.

O maior desafio agora é segurar os custos com defensivos, já o panorama para a venda do grão não é favorável para a safra 2014/2015. “O problema não é matar a lagarta, mas custear inseticidas eficientes, que são mais caros. Mas, se precisar, matamos até à paulada”, contou.

Globo Rural, 28/10/2014

Imagem: Teresa Raquel Bastos