USO E APLICAÇÃO

Médio Norte de MT tem casos de infestação de mosca branca na soja

Médio Norte de MT tem casos de infestação de mosca branca na soja


Os produtores de soja da região Médio-norte de Mato Grosso têm se preocupado com uma infestação de mosca branca. Sorriso, Lucas do Rio Verde e Nova Mutum, são os municípios em que há mais reclamações sobre o ataque da praga. Com o período de veranico e nos locais próximos às áreas de pivô são os ambientes propícios à incidência desses insetos.

Antônio Galvan, diretor da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT), confirma a infestação da mosca branca próximo aos pivôs na região Médio Norte. Segundo Galvan, o problema acontece porque sempre tem área verde nesses locais, em decorrência da manutenção da umidade na planta.

O diretor ainda ressalta a dificuldade em combater a praga. “Não tem inseticida que resolva com eficiência, e os que existem são muito caros. O custo de uma aplicação gira em torno de 70 a 80 reais por hectare”.

A chuva poderia ser uma forma de combate, uma vez que as gotas de água que caem sobre a folha dificultam a permanência dos insetos na planta, derrubando as moscas. É o que conta a Engenheira Agrônoma, Gisele Borges. Ela alerta também que, como as plantas estão frágeis, a aplicação exacerbada de produtos químicos pode deixar a planta ainda mais suscetível a pragas e doenças.

Borges explica os sintomas e os danos causados às plantas de soja. “O inseto suga a seiva da planta e pode causar deformações nos frutos dependendo da cultura. Na soja, o comum é liberar um líquido adocicado onde instala-se um fungo chamado fumagina, que escurece as folhas e acaba “cozinhando” ela. Sem folha verde, a planta não faz fotossíntese e diminui a produção, causando até mesmo a morte”.

Na propriedade do João Paulo Kummel, em Nova Mutum, a mosca branca apareceu e tem causado uma preocupação ao produtor. “Em 11 anos que estou em Mato Grosso, eu nunca vi a lavoura na condição tão boa como ela está hoje. Porém, uma infestação de mosca branca apareceu”. Kummel diz que esta praga é de difícil controle por ser um inseto muito pequeno, não visível a olho nu e ainda de fácil migração entre fazendas vizinhas. O produtor já tem utilizado inseticidas.

Algodão

Com essa infestação da mosca branca na soja, já há preocupação dos produtores de algodão. Segundo Jacob Netto, entomologista do Instituto Mato-grossense de Algodão (Ima-MT), a situação é de alerta mesmo, em função de a praga ser polífaga, que se alimenta de várias culturas. Ele explica que, ao colher a soja entre os meses de janeiro e fevereiro, existe a possibilidade de migração do inseto para o algodão safrinha, que deve ser semeado logo em seguida, pois a mosca necessita de outra planta para se alimentar.

G1 MT, 12/01/2015

Notícias Relacionadas

Close