USO E APLICAÇÃO

Bicudo do algodoeiro preocupa produtores

Bicudo do algodoeiro preocupa produtores


Com as colheitas da soja e do milho, até o próximo mês, o aumento da presença do bicudo-do-algodoeiro nas lavouras de algodão começa a preocupar os cotonicultores do oeste baiano.  A praga é de baixa prevalência na região – menos de 1% – , mas, ainda assim, gerou um prejuízo de R$ 1,5 bilhão  nos últimos 15 anos.

Na última reunião no município de Luís Eduardo Magalhães, há três semanas, produtores, pesquisadores e consultores apresentaram propostas para a supressão do bicudo na safra  2014/ 2015. Basicamente,  sugerem a atualização do programa fitossanitário aplicado há dez anos para o controle da praga e o reforço nos cuidados com a lavoura.

“Temos um período de vazio sanitário, de setembro a novembro, que não está sendo estritamente respeitado. Uns 5% dos produtores não conseguem fazê-lo de forma  eficaz e isso já é o suficiente para que o bicudo continue o ciclo dele”, exemplifica o coordenador técnico do Programa Fitossanitário da Bahia, Celito Breda.

Prejuízo

Os produtores calculam que são gastos anualmente US$ 350 por hectare com a praga, entre custos com a aplicação de defensivos agrícolas e prejuízos. Este ano foram plantados 277 mil hectares de algodão.

Em um período de 60 dias, costumam ser feitas 15 aplicações, já que os inseticidas usados não possuem efeitos residuais. “Perdemos muito com o bicudo. Ele destrói uma quantidade grande de algodão. Não podemos brincar. Isso já inviabilizou colheitas em outros países e estados”, diz o presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Celestino Zanella. “Cada dólar que economizamos com a praga gera 1,9 dólar”, acrescenta.

Com a rotação de culturas, podem aparecer as plantas “tigueras”,  a partir dos restos perdidos da lavoura anterior. Durante as colheitas das culturas hospedeiras, o bicudo costuma migrar para a lavoura de algodão. Essa praga se alimenta do botão floral e se não for controlada, pode gerar outros 400 besouros.

A chegada da helicoverpa armigera na região, em 2013, mascarou a dimensão da ação do bicudo, só percebida no ano seguinte. “Não podemos ficar com esse prejuízo. E isso só depende de nossa boa vontade”, frisa Celito Breda.

Uol, 23/03/2015

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