USO E APLICAÇÃO

Helicoverpa armigera: ataque a trigo aumenta até 30% no RS

Helicoverpa armigera: ataque a trigo aumenta até 30% no RS


Em decorrência da situação climática, a presença de Helicoverpa armigera no trigo e linhaça aumentou de 20% a 30% nesta safra em comparação com o mesmo período do ano passado. Quem aponta é Vancarlo Stein Zanchi, gerente técnico da Agrofel Grãos e Insumos. Em parceria com a Ihara, está sendo montada ação de monitoramento no Rio Grande do Sul, com a colocação de 60 armadilhas na região.

O objetivo é fazer um levantamento da atual pressão da praga: “Entendemos que com o monitoramento dos insetos fica muito mais fácil tomar uma medida de controle. A armadilha é o primeiro passo e o único método eficiente”, afirma Zanchi. Agora é o momento em que se encerra a colheita do trigo e os produtores se preparam para dar início às safras de verão da soja.

De acordo com o gerente técnico da Agrofel, a montagem das armadilhas para capturar os insetos adultos deve estar concluída até a próxima semana, quando devem começar o plantio da oleaginosa. O objetivo da ação é criar uma ampla rede de monitoramento da lagarta que, segundo Zanchi, voltou a se manifestar em decorrência do clima, com pouca chuva e muito calor. 

Para a Ihara, com o monitoramento bem realizado e as aplicações de defensivos no momento correto, a Helicoverpa armigera não voltará a causar prejuízos como os já vistos em anos anteriores, no início do aparecimento da praga no Brasil. A companhia foi pioneira no país a trazer uma solução inovadora para o controle da praga, com o Gemstar, produto a base do vírus HzNPV, considerado um dos mais eficientes do segmento.

 

Monitoramento é procedimento básico

O engenheiro agrônomo, doutor em Entomologia, José Roberto Salvadori, especialista em defensivos agrícolas e professor da Universidade de Passo Fundo (RS), acredita ser indispensável o monitoramento das pragas na tomada de decisão sobre como controlá-las. Segundo ele, trata-se de um procedimento básico que permite definir o momento adequado para aplicação do inseticida. O especialista também defende que ele promove a prática do manejo integrado. Ou seja, garante uma identificação precoce e evita que a infestação pela Helicoverpa armigera na cultura da soja atinja níveis difíceis de serem controlados. 

“Nas armadilhas deve ser utilizado feromônio específico com o objetivo de identificar a presença de mariposas na área. Na sequência, o monitoramento deve ser complementado com o exame cuidadoso das plantas de soja recém-geminadas para constatar a presença de ovos, de lagartas recém-eclodidas e a própria evolução da infestação”, pontua o professor. 

O acompanhamento deve continuar após o surgimento da larva, tendo em vista o crescimento das lagartas e da densidade populacional. O objetivo do monitoramento sistemático é verificar se o resultado da ação está ou não sendo atingido. “Quando as plantas estão pequenas, pode ser feito por meio do exame direto das plantas e, mais tarde, pode-se utilizar o método do pano de batida, que é uma prática bastante usual e conhecida entre os técnicos e produtores de soja”, explica Salvadori. 

Agrolink,  13/10/2015

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