DuPont está pronta para fazer sua parte na reformulação da indústria global de sementes

Menos de duas semanas após assumir como CEO interino da DuPont Co., Ed Breen está pronto para fazer sua parte na reformulação do mercado global de sementes e produtos químicos agrícolas.

Breen disse na terça-feira que está mantendo discussões a respeito de possíveis acordos envolvendo a divisão agrícola de sua empresa, que teve uma receita de US$ 11,3 bilhões no ano passado. A consolidação do setor deve acontecer, disse ele a analistas e investidores em uma teleconferência.

Seus comentários ecoam os de Andrew Liveris, CEO da Dow Chemical Co., que disse na semana passada que está estudando opções para a divisão agrícola de sua empresa e que “todos estão conversando com todos”. A onda de negociações surge após uma queda nos preços das commodities, que forçou as empresas a repensarem sua estrutura e sua liderança.

A Monsanto Co., maior empresa de sementes do mundo, disse neste mês que está em busca de uma aquisição, apesar de ter retirado sua oferta de US$ 47 bilhões para a compra da fabricante de pesticidas Syngenta AG em agosto. Essa aquisição fracassada foi o impulso para a atual rodada de negociações no alto escalão entre grandes players do setor, segundo Liveris.

Preços baixos

O número de grandes empresas produzindo sementes e pesticidas poderá cair de seis para quatro até 2020, disse Jonas Oxgaard, analista da Sanford C. Bernstein Co. em Nova York. “Haverá dois players com escala em sementes e proteção de cultivo e duas empresas correndo por fora”, disse ele por telefone. “Quando a música para, você quer ter uma cadeira”.

O interesse em aquisições também tem sido impulsionado pelos baixos preços das commodities, que paralisaram o crescimento em um setor antes robusto, disse Kelly Wiesbrock, gerente de portfólio da Harvest Capital Strategies em São Francisco. As empresas com balanços mais fortes e acesso a dívidas de baixo custo tentarão comprar crescimento, enquanto as concorrentes mais fracas confrontadas por um ciclo prolongado de baixa poderão deixar o setor, disse ele.

Bloomberg,  29/10/2015