USO E APLICAÇÃO
Herbicidas estão sujeitos à resistência quando utilizados incorretamente
Herbicidas estão sujeitos à resistência quando utilizados incorretamente
Experiências com diferentes produtos comprovam que é preciso variar técnicas de manejo e modos de ação
Experiências com diferentes produtos e em variados países comprovam que é preciso variar herbicidas, técnicas de manejo e modos de ação para combater a resistência. Na última quarta-feira (24/08), as palestras e debates do Congresso Brasileiro das Plantas Daninhas, que acontece em Curitiba (PR), trouxeram panoramas de outros países. O evento reforçou importância de se adotar diferentes modos de ação e diferentes herbicidas para assim evitar ou tratar adequadamente a questão da resistência.
Amaranthus palmeri
A pesquisadora Nilda Burgos. da Universidade de Arkansas, trouxe relatos de Amaranthus palmeri (Caruru) que apresentaram resistência não só ao Glifosato, mas também aos herbicidas inibidores da Protox (PPO) e chamou atenção para o fato de que o combate das plantas daninhas é único em cada situação, sofrendo influencia de diversos fatores. “Para implementar soluções precisamos conhecer o que aconteceu antes naquele campo. A velocidade com que os plantas daninhas estão se espalhando. Se existem diferentes tipos de plantas daninhas. Essas e outras perguntas, determinam as ações que podemos adotar para controlar a população de plantas daninhas em cada lavoura”, diz Nilda.
Controle de plantas daninhas
Como alerta principal, fica a mensagem de que outros tipos de herbicidas, e não apenas o Glifosato, estão sujeitos à resistência quando utilizados de forma incorreta ou como única alternativa de controle por determinado período.
Desta forma, planejar o combate às plantas daninhas considerando diferentes estratégias, princípios ativos e modos de ação é essencial para garantir a eficácia no controle das plantas invasoras e não acelerar o processo de seleção de plantas daninhas resistentes.
Culturas de cobertura
Neste contexto de somar esforços e garantir caminhos alternativos frente à questão de espécies resistentes, as soluções integradas de manejo aparecem como uma possível solução. A recomendação é apostar em culturas de cobertura que possam ser utilizadas, principalmente no inverno (entressafra), para evitar que as plantas daninhas se espalhem, já que as invasoras “preferem” o solo desocupado.
“A palhada atua como uma barreira física, impedindo a emergência das plantas daninhas e também atua na produção de compostos alelopáticos, que interferem no desenvolvimento de outras espécies vegetais, como as plantas daninhas”, explica Guilherme Braga Pereira Braz da Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Dentre os exemplos abordados durante o evento, estão o consórcio do milho e braquiária; sorgo com braquiária e também o cultivo de milheto e crotalária. Alternativas que trazem múltiplos benefícios para o agricultor. “Todas essas espécies vão ter efeitos na supressão de plantas daninhas, além de beneficiarem o manejo de nematoides e a reciclagem de nutrientes – como o caso do milheto e crotalária -, melhorando dessa forma as características químicas, físicas e biológicas do solo”, diz Alessandro Guerra da Silva da Universidade de Rio Verde (UniRV).
SF Agro, 25/08/2016