Compra da norte-americana pela alemã já recebeu aprovação com restrições pelo governo da África do Sul. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já analisa o processo de compra da norte-americana Monsanto pela alemã Bayer. O ato de concentração está em fase de instrução pela superintendência geral do Conselho. Na quarta-feira, o Cade publicou duas trocas de e-mails referentes a questionários inerentes à análise do caso.
A notificação das empresas foi feita à autoridade de defesa da concorrência no dia 20 de fevereiro deste ano. No documento, Bayer e Monsanto defendem a fusão, sob o argumento de desenvolver soluções que aumentem a produtividade agrícola e a oferta de tecnologia.
“A operação apresenta-se como claramente pró-competitiva, complementar, com sobreposições facilmente identificáveis e que, em geral, não importam em drástica alteração da estrutura existente no mercado”, diz a notificação. A análise por parte do Cade começou no dia 12 de maio, quando o caso foi tornado público no Diário Oficial da União (DOU). Até então, o acesso era restrito por estar em pré-notificação, explicou o órgão de defesa da concorrência.
Além de Bayer e Monsanto, aparecem como partes interessadas no processo, como a Associação Brasileira dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja Brasil), Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (Abrass), Dow Agrosciences e DuPont, também em processo de fusão, além de outras 28 pessoas de forma individual.
A compra da Monsanto pela Bayer foi anunciada em setembro de 2016. A expectativa das duas companhias é concluir até o final deste ano a operação, sujeita à análise de autoridades de defesa da concorrência de várias partes do mundo.
O primeiro país a decidir sobre o negócio foi a África do Sul. A autoridade local aprovou a união entre as duas multinacionais, mas impôs como condição vender ativos relacionados à marca Liberty Link, associada aos negócios de agroquímicos da Bayer. Na época, a companhia informou que estudaria a melhor forma de cumprir a exigência.
Revista Globo Rural, 07/07/2017