NOVAS TECNOLOGIAS
Estudantes são premiados por avaliar tecnologias em pulverização
Estudantes são premiados por avaliar tecnologias em pulverização
Trabalhos técnicos abordaram regulagem correta de implementos, taxas de aplicação e espectro de gotas gerado por produtos. Três grupos de estudantes da área de agrárias do sul, centro-oeste e sudeste do Brasil pesquisaram com profundidade tecnologias de aplicação em pulverizadores e foram premiados pelos trabalhos desenvolvidos. Os resultados do 4º Prêmio Dow AgroSciences de Tecnologia da Aplicação foram divulgados esta semana. O concurso procura incentivar a pesquisa na área e também promover troca de informações entre acadêmicos e a indústria.
Em primeiro lugar ficou o trabalho desenvolvido pela estudante Vinícius Martins e sua equipe, da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), sobre “Altura da barra de pulverização e deposição na cultura da soja”. O objetivo foi avaliar a influência de mudanças na altura da barra de pulverização na deposição da calda de aplicação na cultura da soja. Foram analisados três tratamentos compostos por diferentes alturas da barra de pulverização em relação à cultura da soja: 50-cm, 75-cm e 1,0m.
O projeto demonstrou que o extrato superior apresenta maior amplitude, menor coeficiente de variação e maior mediana para depósito em todas as alturas de barra. As alturas de barra de 75-cm e 1,0 m apresentam depósito semelhante nos três extratos da cultura. A altura de barra a 50-cm das folhas superiores apresenta menor depósito no extrato inferior e médio e maior no extrato superior em comparação as demais alturas. Fernando Kassis, da Agroefetiva, e equipe desenvolveu um estudo sobre a “Taxa de aplicação e caracterização de pulverizadores utilizados no Mato Grosso em 2016” e garantiu a segunda colocação no prêmio. O trabalho avaliou a taxa de aplicação, capacidade do volume do tanque, tamanho da barra e ano de fabricação de pulverizadores usados no estado de Mato Grosso no ano passado.
Além disso, foi realizada uma análise complementar sobre a evolução da taxa de aplicação média utilizada de 2008 a 2016. Os levantamentos foram feitos em localidades onde ocorreram as atividades do Programa de Aplicação Responsável, em regiões de destaque na produção de grãos e fibras.
Os resultados indicaram que 75% dos pulverizadores possuíam tamanho de barra igual ou superior a 28 m, sendo que 40% possuíam apenas 2 anos de uso. Ao todo, 55% dos pulverizadores possuíam tanques de pulverização com capacidade igual ou superior a 3000 L. Para a taxa de aplicação, a média observada em 2016 foi de 79,6 L ha-1, uma redução de 32,5% perante os 118,6 L ha-1 utilizados em 2008.
Já em terceiro lugar ficou o projeto 3º lugar “Espectro de gotas de caldas com Glyphosate, 2-4D e surfactantes em pontas de pulverização de jato plano com e sem indução de ar”, desenvolvido pelo estudante de Sorocaba (SP), Mateus Francisco Paes de Queiroz, da Universidade Estadual Paulista (UNESP), de Botucatu, e equipe.
O objetivo foi avaliar o espectro de gotas gerado na pulverização de caldas contendo herbicidas e adjuvantes, aplicado com pontas de jato plano de faixa ampliada com e sem indução. Os valores de diâmetro mediano volumétrico (DMV) e do percentual volumétrico de gotas menores que 100 μm (%<100 μm) foram gerados a partir de um analisador de partículas modelo VisiSize Portable (Oxford Lasers Ltda).
Os resultados apresentaram diferença no aumento do DMV e redução do %<100 μm para as misturas com emulsão oleosa em ambas as pontas. Para os demais tratamentos não houve diferenças para a ponta XR, e apenas o tratamento com 2,4-D apresentou variação para a ponta AIXR. A emulsão oleosa aumentou os valores de DMV e %<100 μm em mistura com glyphosate, ao adicionar o 2,4-D as variações foram menores.
Revista Globo Rural, 15/09/2017