USO E APLICAÇÃO
Aliado no combate à ferrugem asiática, manejo integrado reduz perdas da lavoura
Segundo dados da Embrapa, o Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. A produção brasileira de soja correspondeu em 2016/2017 a 32% da produção mundial, sendo o Mato Grosso o maior produtor do grão no Brasil, com 30,514 milhões de toneladas, seguido pelo Paraná (19,534 mi de toneladas) e pelo Rio Grande do Sul (18,714 mi de toneladas). Na safra de 2016/2017, foram produzidas cerca de 113,923 milhões de toneladas de soja.
Agora imagine que restem apenas 24,411 toneladas de soja de toda essa produção. É isso que uma das doenças mais destrutivas da soja, segundo agricultores, pode fazer com as plantações de 33,89 milhões de hectares do País: reduzir em até 80% a produtividade das lavouras. A ferrugem asiática tem sido desde a safra de 2000/2001 uma das maiores dores de cabeça dos sojicultores brasileiros. A primeira ocorrência do fungo no Brasil aconteceu na região Sul, mas, como ele é disseminado pelo vento, logo a doença se espalhou por todas as regiões produtoras de soja.
Quando os fungos encontram a combinação propícia de umidade e temperatura para seu desenvolvimento, as primeiras pústulas surgem. Para evitar enganos, é necessário que o agricultor utilize uma lupa para examinar a folha da soja e, se ainda estiver em dúvida quanto à presença da ferrugem nesta fase, leve amostras das folhas para o laboratório para que seja feita uma análise precisa.
Caso o fungo continue a se desenvolver, manchas amarelas ferruginosas (daí o nome da doença) aparecem nas folhas e, dependendo da severidade da ferrugem, acontece o desfolhamento da planta. O desfolhamento precoce resulta na má formação das vagens da soja, que acabam ficando leves e pequenas. A consequência disso é a redução da qualidade dos grãos, da produtividade e da rentabilidade do agricultor.
Além de ser sinônimo de perda de milhões de toneladas do grão, a ferrugem asiática custa aos sojicultores cerca de 2 bilhões de dólares anualmente. Apesar do gasto expressivo, os defensivos agrícolas disponíveis atualmente no mercado têm apresentado queda em sua eficiência, o que significa que, após quase 15 anos de uso de produtos com os mesmos princípios ativos, a ferrugem asiática vai se tornando resistente aos fungicidas aplicados.
Para evitar que a doença surja e se espalhe pela lavoura, algumas técnicas de manejo integrado podem ser adotadas, segundo orientações da Embrapa: eliminar plantas de soja voluntárias e não semear no período de vazio sanitário; monitorar a plantação; aplicar fungicidas no início do aparecimento dos sintomas da ferrugem ou preventivamente rotacionar modos de ação dos fungicidas; plantar variedades de ciclo precoce; semeadura no início da época recomendada; e, por fim, a rotação de culturas.
Adama – Leandro Garcia, 15/05/2018
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