ENTREVISTA
Monsanto fala em entrevista sobre os novos produtos da empresa e o mercado de defensivos no Brasil
Monsanto fala em entrevista sobre os novos produtos da empresa e o mercado de defensivos no Brasil
O Líder de Gerenciamento de Produtos e Proteção de Cultivos para América Latina da Monsanto, Marcelo Segalla concedeu uma entrevista para falar dos novos produtos do portfólio da empresa e sobre o mercado de defensivos no Brasil.
Na Monsanto há 13 anos, Marcelo trabalhou praticamente todo o período no negócio de Proteção de Cultivos, em diferentes posições nas áreas de Marketing e Vendas. Atualmente como Líder de Gerenciamento de Produto de Proteção de Cultivos, Segalla atua no planejamento estratégico do negócio a médio e longo prazo, gestão do portfólio e futuros lançamentos.
Sua formação acadêmica é em Engenharia de Produção Química pela FEI, em São Bernardo do Campo/SP, com MBA em Economia e Gestão do Agronegócios pela ESALQ / USP.
1.O Glifosato é o principal agroquímico produzido pela Monsanto, que por sua vez é o herbicida mais utilizado no mundo, por mais de 40 anos e em mais de 160 países, sendo produzido e comercializado também por diversas empresas. A Monsanto tem se destacado como pioneira no desenvolvimento dessa molécula. Qual é a representatividade e a importância econômica do Glifosato para a empresa?
A representatividade econômica, mas principalmente estratégica da molécula de Glifosato dentro do negócio da Monsanto, tanto em nível local como global, é bastante significativa. Além de ser uma molécula com ampla utilização na agricultura e que, mesmo com novos investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento de produtos, como por exemplo as formulações à base de Dicamba, que serão lançadas este ano nos EUA, não perderá sua contribuição como uma importante ferramenta para um manejo eficiente de plantas daninhas.
Além disso, viemos observando que muitos eventos de biotecnologia lançados nos últimos anos no Brasil, ou mesmo aqueles que estão em fase de planejamento, seguem com a tolerância ao Glifosato presentes em sua base. Falo, principalmente, de culturas com grande cobertura de área plantada no Brasil e de grande relevância para a nossa economia, como as culturas de soja, milho e algodão.
2. A competitividade enfrentada pelo Glifosato no mercado de defensivos agrícolas se deve ao fato de existirem diversos fornecedores para o mesmo princípio ativo. Devido a este cenário, quais são as ações feitas pela empresa para fortalecer a marca Roundup? Há estudos para aumentar o portfólio de produtos para proteção de cultivos?
A marca Roundup está no mercado brasileiro há quase 40 anos e quando interagimos com os nossos agricultores e parceiros sobre o porquê dessa consolidação, as respostas se traduzem em três frentes: confiança, tradição e performance dos nossos produtos.
Diante disso, para fortalecer ainda mais a marca Roundup e atender às expectativas dos nossos clientes, além dos planos anuais de marketing e comunicação, seguimos intensificando nossas ações de Pesquisa & Desenvolvimento, tanto para outras moléculas (como o exemplo de Dicamba que comentei há pouco), como também para novas formulações à base de Glifosato.
Anualmente, trabalhamos em um cenário de avanço de novos candidatos baseado nas necessidades agronômicas atuais e futuras dos nossos agricultores, como a própria evolução da resistência de plantas daninhas, além de perspectivas quanto às tecnologias de aplicação, manuseio, armazenagem e descartes de embalagens; pontos estes presentes em nosso processo de gestão de portfólio.
Além do conceito de produto em si, também temos trabalhado para evoluirmos nossas soluções agronômicas e a capacitação dos nossos clientes e nosso sistema de distribuição. É o caso do Sistema Roundup Ready Plus, conjunto de ferramentas elaborado pela Monsanto em parceria com diversos acadêmicos do Brasil, que oferece ao produtor dicas de manejo de plantas daninhas através de consultoria virtual, sem qualquer custo.
O agricultor pode avaliar como utilizar da melhor maneira os produtos que comprou para sua lavoura, como também trabalhar o seu planejamento da safra e avaliar qual seu risco de resistência de plantas daninhas a Glifosato hoje em sua lavoura. Pelo próprio site do Roundup Ready Plus (https://www.rrplus.com.br), o usuário poderá realizar cursos on-line e obter um diagnóstico inicial do risco de resistência em sua fazenda ou talhão.
3. Segundo estudos da Bain & Company, os investimentos em defensivos agrícolas poderiam contribuir para reduzir o déficit na balança comercial que a indústria química apresenta no Brasil. Com o cenário atual da economia nacional, qual é a visão da Monsanto quanto ao mercado de defensivos no Brasil e seus investimentos no médio e longo prazo?
A Monsanto já possui plantas de síntese e formulação aqui no Brasil e continua apostando numa linha sólida de investimento em P&D, contribuindo efetivamente para o setor e o mercado. No Brasil, mesmo com o advento da biotecnologia na agricultura (o que diminui o uso de defensivo agrícola), o benefício de trabalhar mais de uma cultura por ano traz a necessidade de mais aplicações, em comparação a outros países, o que impulsiona esse mercado. A profissionalização do produtor rural, como também nossos constantes investimentos, desenvolvimento de novos híbridos e variedades, e também o advento da agricultura digital apontam crescimento do mercado agrícola, em geral.
Sobre a Monsanto
No Brasil desde 1963, a Monsanto possui mais de 2.700 funcionários divididos em 40 unidades e 12 estados do país. Com sede nos Estados Unidos, atua nos mercados de proteção de cultivos, sementes e biotecnologia, além dos investimentos em serviços de apoio ao agricultor. Em 14 de setembro deste ano, foi anunciada a compra da companhia pela alemã Bayer pelo valor de US$ 66 bilhões. Se aprovada, a aquisição tem potencial de formar um novo líder global na agricultura.
Equipe Global Agrochemicals, 14/12/2016