ENTREVISTA
Rodrigo Leão – Diretor de desenvolvimento de produtos e marketing da CropChem, fala sobre as principais perspectivas para o mercado de defensivos

Rodrigo Leão – Diretor de desenvolvimento de produtos e marketing da CropChem
1. Nos últimos anos, observamos um crescimento exponencial de fornecedores de defensivos no mercado brasileiro. Como vocês avaliam a trajetória da CropChem no Brasil?
A CropChem é uma empresa brasileira que tem 25 anos de mercado. Desde o início, atuamos em diversos níveis do setor agrícola: nossos produtos complementam o portfólio de grandes empresas, atendemos cooperativas, revendas e até mesmo o produtor rural, ou seja, o cliente final.
Ter essa variedade de clientes nos dá um ótimo panorama do mercado de defensivos agrícolas no Brasil. Com isso, conseguimos entender os desafios de todos os envolvidos no agronegócio e isso nos permite construir um portfólio de soluções que realmente ajuda o agro brasileiro a prosperar como um todo.
Além do aumento do nosso portfólio, recentemente realizamos uma reestruturação comercial. A partir deste ano, estamos atendendo todo o território brasileiro com equipe própria. Assim, podemos levar o nosso conhecimento e experiência para todos os lugares, ficando lado a lado com os parceiros e clientes.
Portanto, avaliamos a nossa trajetória como de sucesso e estamos confiantes para os próximos anos.
2. Dentro da estratégia de crescimento da empresa, quais segmentos devem ser o principal enfoque nos próximos anos? Há previsão de lançamentos?
A CropChem tem como uma das suas principais características o investimento em pesquisa e desenvolvimento. Isso nos permite oferecer para os nossos clientes o melhor da tecnologia pós patente. Assim, temos produtos com ingredientes ativos mais concentrados e com formulações diferenciadas do padrão de mercado.
O crescimento do nosso portfólio aconteceu de forma estratégica. Primeiro começamos investindo no desenvolvimento e registro de herbicidas. Depois passamos para a classe de inseticidas. Para os próximos anos, projetamos diversos lançamentos de fungicidas no nosso portfólio.
O registro de defensivos agrícolas no Brasil é complexo, os processos podem levar anos. Contudo, hoje temos 115 produtos – entre herbicidas, inseticidas e fungicidas – aguardando análise pelos órgãos competentes. Estamos trabalhando de forma comprometida para seguir com um dos portfólios mais robustos do mercado.
3. As safras 2023/2024 e 2024/2025 foram marcadas por um cenário dinâmico e desafiador para o agronegócio brasileiro. Os produtores tiveram que lidar com a volatilidade dos preços, problemas de fornecimento para alguns produtos, condições climáticas adversas e a necessidade de adaptar suas práticas para atender às demandas. Para a safra 2025/2026, quais são as perspectivas para o fornecimento dos produtos da CropChem?
Embora seja um cenário desafiador, a CropChem está pronta para enfrentá-lo. Isso porque temos uma estrutura de empresa pensada para tomar decisões de forma ágil. Portanto, assim como o mercado é dinâmico, o nosso tempo de resposta também consegue acompanhá-lo, garantindo que os nossos negócios com nossos clientes não sejam afetados.
4. Ainda linkado aos desafios, os fungicidas protetivos foi uma categoria muito afetada nos últimos dois ciclos por baixa disponibilidade. A CropChem colaborou com o fornecimento no Brasil através do Kasan Max WG e Kasan WP. Quais as perspectivas para estes produtos durante a safra 25/26?
Hoje nós temos três fungicidas protetores no nosso portfólio: Kasan Max e Kasan 800 WP (ambos com ingrediente ativo Mancozebe) e Emeritus Max (Clorotalonil). Além disso, estamos trabalhando focados em buscar novas alternativas que possam eventualmente suprir essa necessidade do mercado.
Os fungicidas multissítio (à base de Mancozebe e de Clorotalonil) sofreram fortes pressões por falta de suprimento nos últimos anos e acreditamos que o cenário seguirá incerto. Portanto, será necessário acompanhar com atenção.
5. Em 2024 a CropChem adquiriu 11 registros de produtos formulados no MAPA, como por exemplo o Charrua Max SC (Trifloxistrobina + Tebuconazol) e Hathor 400 (carfentrazona). Como estes produtos deverão colaborar com a oferta no mercado nacional?
O Hathor 400 EC (Carfentrazona) é um herbicida que atua principalmente na dessecação pré-plantio das culturas. O seu principal alvo é a Trapoeraba (Commelina benghalensis), uma planta daninha de difícil controle e com alto potencial de infestação e rebrota.
Já o Charrua Max SC (Trifloxistrobina + Tebuconazol) é um fungicida que apresenta uma formulação já consolidada no mercado brasileiro, apresentando um amplo espectro de ação.
Esses dois produtos são um ótimo exemplo sobre como construímos o portfólio da CropChem de forma estratégica. Porque enquanto buscamos ampliar a nossa cesta de produtos com as melhores soluções para os nossos clientes, também temos o cuidado de trabalhar de forma incansável a nossa cadeia de suprimento.
6. O mercado de defensivos biológicos segue crescendo ano após ano. A CropChem tem a intenção de entrar neste segmento?
Estamos acompanhando o segmento de defensivos biológicos com muita atenção e com certeza, no momento adequado, entraremos neste mercado.
Equipe Global Crop Protection, 10/02/2025