ANÁLISES GCP
Fechamento de 2025 do mercado de defensivos químicos e perspectivas para 2026

No Brasil, o segmento de defensivos químicos encerrou o ano de 2024 com uma redução no tamanho de mercado, estimado em cerca de R$ 20 bilhões, frente aos R$ 21 bilhões registrados em 2023. Para 2025, a projeção é de estabilização do cenário. Ainda que o aumento da área tratada deva trazer os volumes utilizados para cima, os preços dos defensivos seguiram pressionados para baixo neste ano, mantendo a tendência de estabilidade no valor de mercado total.
No comportamento dos fornecedores, o mercado de defensivos enfrenta dificuldades para recuperar rentabilidade. Entre os mais impactados estão a FMC, que sofreu um impacto grande com entrada de genéricos no seu portfólio, como Clomazona, Sulfentrazona, Carfentrazona e Clorantraniliprole, no qual ela não conseguiu despontar nenhum produto novo para compensar as quedas de preços e perda de share no mercado destes ativos. Além da fornecedora americana, a Bayer também foi afetada pela concorrência de fornecedores genéricos, com entrada forte destes players em mercados antes exclusivos como Etiprole, Etefom e fungicidas à base de protioconazol, que fazem frente ao Fox Xpro. Além disso, a fornecedora alemã foi afetada pelo aumento dos custos jurídicos relacionados ao Roundup nos Estados Unidos.
Em contraste, algumas empresas têm conseguido se recuperar com maior efetividade. A UPL, por exemplo, temadotado uma estratégia combinando mudanças de portfólio para venda de itens de maior rentabilidade e posicionamento mais duro com a venda do Mancozeb, o que tem gerado resultado; enquanto isso, a Corteva mantém rentabilidade por meio de política de preços e pela forte atuação na América do Norte, que tem se beneficiado dos conflitos comerciais entre os EUA e a China e de restrições impostas pela EPA, abrindo oportunidades no mercado doméstico norte-americano.
Também se destacam as fornecedoras de genéricos Rainbow e Tecnomyl, ambas em expansão. A Rainbow, por exemplo, que ocupava a 18ª posição no market share de importadoras de volumes para o Brasil em 2022, passou para a 12ª posição em 2025; já a Tecnomyl avançou do 10º para o 8º lugar no mesmo período. De forma geral, o que a indústria de agroquímicos também tem procurado é entrar no mercado de biológicos para garantir uma melhor rentabilidade.
De forma geral, o cenário para o próximo ano combina intensa especulação, esforços dos fornecedores para retomar margens e forte pressão competitiva dos genéricos. Torna-se essencial monitorar o volume de importações por player, que tem crescido para diversos ativos em 2025, além das movimentações de registros do MAPA, que vêm ampliando a competitividade ao liberar moléculas antes exclusivas, como Clorantraniliprole, Diclosulam, fungicidas sistêmicos e alguns inseticidas. Também é crucial acompanhar como as margens evoluem dentro de cada carteira, já que a principal estratégia atual tem sido reduzir o preço de produtos comoditizados e compensar essa queda por meio da venda casada com especialidades que elevam a rentabilidade.
Embora o mercado de químicos deva seguir com forte especulação e ampla variação de preços entre fornecedores e regiões, não há espaço para aumentos significativos nos valores. A forte competição, a restrição de crédito e a menor capitalização das commodities limitam movimentos altistas. Contudo, fatores geopolíticos podem alterar esse cenário, como incertezas sobre tarifas impostas pelos EUA, volatilidade nos preços de commodities energéticas, nível de produção e incentivos que os Governos Chineses e Indianos trarão para suas indústrias, entre outros.
No Brasil, seguem alguns pontos como o início da transição da reforma tributária em 2026 e o calendário eleitoral, que tende a ampliar incertezas. Diante desse ambiente complexo, a plataforma do GCP se propõe a fornecer dados e insights essenciais para apoiar decisões mais assertivas nas aquisições de defensivos químicos.
Fonte: Equipe Global Crop Protection
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