ANÁLISES GCP

Perspectivas sobre os principais países fornecedores de defensivos agrícolas


O mercado de defensivos agrícolas no Brasil, é movido pela demanda das principais culturas do país, como soja, milho, algodão e cana-de-açúcar que juntas representam cerca de 80% do consumo desses insumos. A produtividade agrícola brasileira depende diretamente desses produtos para o controle de pragas, doenças e plantas daninhas.

Aproximadamente 90% dos defensivos são importados, tornando o Brasil um dos maiores importadores de ingredientes ativos. China, EUA, Europa e Índia representam em média 80% do montante adquirido pelo mercado brasileiro. Lembrando que os defensivos exclusivos são originados dos Estados Unidos e União Europeia, e os genéricos da China e da Índia. Atualmente, origem chinesa e indiana vem ganhando força na volumetria importada nos últimos anos frente aos de origem exclusiva.

Em relação à China, o governo está em fase de elaboração do 15º Plano Quinquenal, que entrará em vigor em 2026 e seguirá até 2030. Esse plano terá como pilares a inovação tecnológica, o fortalecimento da indústria, o estímulo ao consumo interno e a redução da dependência externa, com foco na autossuficiência alimentar e na reforma da matriz energética. Dada essas diretrizes, espera-se um aumento do consumo interno de defensivos na China.

Diante desse cenário, para o mercado de defensivos agrícolas no próximo ano, espera-se uma estabilização dos preços desses insumos em patamares baixos. No entanto, produtos com margens reduzidas devem ter sua produção limitada, como estratégia para preservar a rentabilidade das empresas e, consequentemente, podem apresentar aumentos ao longo de 2026. Atualmente, os fabricantes chineses têm conseguido recuperar parte das margens, impulsionados pela demanda aquecida da América do Sul, no qual contribui para uma tendência de alta no mercado de defensivos.

No mercado indiano, o governo segue investindo na produção de defensivos. Em 2025, o tamanho de mercado da indústria de agroquímicos foi estimada em 9 bilhões de dólares, com uma previsão de atingir 12,70 bilhões de dólares até 2030. Fatores que contribuem para esse aumento são: forte capacidade produtiva nacional, a expansão dos canais de exportação e os incentivos políticos. No entanto, existem pontos de atenção em relação a esse mercado, entre eles, a dependência da China em matéria-prima e proibições estaduais quanto a toxicidade dos ativos causando dificuldades na conformidade do setor. Além disso, os fabricantes indianos ainda possuem poucos registros homologados no MAPA e baixa capilaridade junto aos canais de distribuição no Brasil, o que ainda limita seu respectivo acesso ao mercado nacional. Porém, a Índia possui alta perspectiva de crescimento no mercado brasileiro nos próximos anos.

No que diz respeito a União Europeia, o mercado de defensivos poderá sofrer com as questões geopolíticas que podem gerar maiores custos produtivos na fabricação de defensivos. Além disso, produção industrial da Alemanha, principal país europeu produtor de defensivos, não apresenta indícios de aumento para 2026. As principais fornecedoras de defensivos que ainda mantém produção na origem, estão realizando um movimento de transferência de produção de ativos para países como Índia e China, para conseguir maior competividade frente aos genéricos. A Basf, por exemplo, fechou uma fábrica na Alemanha em 2024 e a Bayer, pretende fechar instalações de fabricação de itens de Crop Protection até 2028, segundo releases recentes da fornecedora.

Ainda sobre origens exclusivas, o mercado de defensivos dos EUA segue com incertezas principalmente por causa das tarifas aplicadas pelo Trump. De forma geral, os a indústria americana de defensivos tem enfrentado aumento de seus custos produtivos, devido ao encarecimento de vários itens importados essenciais para a produção industrial no país. Além disso, as fabricantes estadunidenses precisam focar no abastecimento doméstico, o que desestimula as exportações e, consequentemente, limita as oportunidades oriundas desta origem.

Em síntese, os produtos de origem exclusiva enfrentam maiores dificuldades para competir com os genéricos, especialmente devido a diversos fatores que pressionam seus preços para patamares mais elevados. Por outro lado, as origens genéricas tendem a apresentar melhores oportunidades no mercado de defensivos nos próximos anos. Para se manter à frente, é fundamental acompanhar de perto os desdobramentos geopolíticos internacionais, as decisões legislativas sobre o mercado de defensivos e as inovações técnicas. Agir assim garante as melhores soluções com o custo-benefício mais vantajoso. Conte com a equipe Global Crop Protection para equipá-lo(a) de informações!

 

Fonte: Equipe Global Crop Protection

Fonte da imagem: Freepik

 

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