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Estudo revela que resistência a espinosinas, inseticida biológico, é pequeno para algumas espécies


A resistência em campo às espinosinas continua restrita a algumas espécies e regiões específicas, sem comprometer significativamente a eficácia dos produtos. Foi o que revelou estudo em que revisados mais de 25 anos de dados. A pesquisa analisou mais de 1.100 casos de resistência documentados em 400 estudos.

As espinosinas incluem duas moléculas principais: espinosade (spinisad, CAS 168316-95-8) e espinetoram (spinetoram, CAS 935545-74-7), introduzidas em 1997 e 2007, respectivamente. Ambas são utilizadas no combate a pragas como tripes e lagartas.

O estudo identificou que 52% dos casos de resistência foram encontrados em campo, sendo que 46% envolveram tripes, 22% lepidópteros e 18% dipteros. No entanto, apenas uma pequena fração das populações analisadas apresentava altos níveis de resistência.

A resistência a espinosinas ocorre devido a três principais mecanismos: alterações no local de ação no sistema nervoso do inseto, aumento na capacidade de metabolizar o inseticida e fatores multifatoriais.

O mecanismo mais comum identificado foi a alteração no gene do receptor nicotínico de acetilcolina (α6-nAChR), impedindo a ação do inseticida. Em menor escala, mecanismos metabólicos também foram registrados, como o aumento da atividade de enzimas que degradam as espinosinas.

O estudo também avaliou a possibilidade de resistência cruzada com outros inseticidas, como neonicotinóides, piretróides e diamidas. Os resultados mostraram que não há correlação significativa entre resistência a espinosinas e a outras classes de inseticidas. Isso indica que o uso das espinosinas pode ser combinado com outros produtos no manejo de resistência.

As espinossinas são um grupo de compostos naturais utilizados como inseticidas biológicos, derivados da bactéria Saccharopolyspora spinosa.

Atuam no sistema nervoso dos insetos, ligando-se a receptores de acetilcolina nicotínicos, causando hiperexcitação, paralisia e morte. Afetam principalmente insetos em estágios larvais e adultos, com efeito rápido (paralisia).

Saccharopolyspora spinosa foi isolada pela primeira vez em 1982 por pesquisadores da Eli Lilly and Company a partir de amostras de solo no Caribe. O nome “spinosa” refere-se às estruturas espinhosas observadas em seus esporos.

Fonte: Revista cultivar, publicado em 10/03/2025

Fonte da imagem: Freepik

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