MERCADO

Adama publicou resultados do segundo trimestre de 2024


A Adama divulgou seus resultados financeiros para o segundo trimestre e o primeiro semestre de 2024, encerrados em 30 de junho. A companhia enfrentou desafios significativos no mercado de proteção de cultivos, com queda nas vendas, mas conseguiu melhorar a margem bruta e a geração de fluxo de caixa.

No segundo trimestre, a Adama reportou uma receita de US$ 1,041 bilhão, queda de 16% em relação ao mesmo período de 2023. As vendas no primeiro semestre totalizaram US$ 2,098 bilhões, redução de 16% em comparação ao ano anterior. Essa diminuição foi atribuída principalmente à queda nos preços de mercado e à menor ênfase em produtos de baixa rentabilidade.

Apesar da queda nas receitas, a Adama conseguiu melhorar sua margem bruta, que atingiu 21,8% no segundo trimestre, em comparação com 20,6% no mesmo período do ano anterior. A margem bruta ajustada foi de 25,8%, refletindo uma gestão eficiente dos estoques e a introdução de produtos de maior margem.

Steve Hawkins, presidente e CEO da Adama, destacou que a empresa está focada em seu plano de transformação para melhorar a qualidade dos negócios e fortalecer sua posição no segmento de inovação em valor. Ele mencionou que, apesar do ambiente desafiador, a Adama está tomando medidas para maximizar as oportunidades quando o mercado se recuperar, acreditando que o portfólio de inovação em valor é ideal para produtores que buscam soluções inovadoras e custo-efetivas diante da queda nos preços das commodities.

O mercado global de proteção de cultivos apresentou declínios contínuos nos preços das commodities no segundo trimestre, pressionando a renda dos agricultores. Embora tenha havido alguma redução nos preços dos insumos, como fertilizantes, o ambiente de altas taxas de juros e a ampla oferta de produtos continuaram a impulsionar uma abordagem de compras “just-in-time”.

A Adama, com sede em Israel, continuou suas operações de produção no país e em suas unidades globais, apesar das tensões regionais, incluindo um ataque ao país em abril de 2024. As restrições de produção foram levantadas em fevereiro, e a empresa não sofreu impactos materiais significativos em suas operações ou resultados financeiros consolidados.

No segundo trimestre, a empresa registrou um prejuízo operacional de US$ 16 milhões, em comparação a um lucro de US$ 40 milhões no mesmo período de 2023. No entanto, o lucro operacional ajustado foi de US$ 52 milhões, uma melhora em relação aos US$ 46 milhões do ano anterior. O EBITDA ajustado foi de US$ 120 milhões, representando 11,5% das vendas.

A empresa também enfrentou desafios nas rotas de transporte, especialmente devido às tensões no Mar Vermelho, que levaram a um aumento nos tempos e custos de transporte. Apesar disso, a Adama espera que essa situação não tenha um impacto significativo em seus resultados financeiros, devido à sua gestão rigorosa de estoques.

O plano de transformação da Adama, iniciado no primeiro trimestre de 2024, visa revalorizar a empresa ao longo de um período de três anos (2024-2026). As primeiras fases desse plano já mostraram resultados, com uma melhora no fluxo de caixa operacional, que atingiu US$ 347 milhões no segundo trimestre. Esse resultado foi impulsionado por práticas seletivas de compras, intensificação das cobranças e melhoria nos termos de pagamento a fornecedores.

No entanto, a empresa ainda reportou um prejuízo líquido de US$ 94 milhões no segundo trimestre, ampliando o prejuízo acumulado no primeiro semestre para US$ 126 milhões. Esse resultado reflete as condições desafiadoras do mercado e os impactos cambiais adversos.

 

Fonte: Revista Cultivar, publicado em 28/08/2024

Fonte da imagem: Freepik

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