MERCADO
Crea fiscaliza empreendimentos do agronegócio em cidades de MG
Crea fiscaliza empreendimentos do agronegócio em cidades de MG
Empreendimentos de revenda de defensivos agrícolas em oito cidades do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba estão sendo fiscalizados pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-Minas). A ação começou no último dia 14 e vai até 18 de março. As cidades fiscalizadas serão Araxá, Campos Altos, Ibiá, Frutal, Iturama, Uberaba, Sacramento e Conceição das Alagoas.
A iniciativa pioneira de fiscalização do agronegócio do Crea-Minas foi lançada em 2015. O modelo se tornou uma área específica na autarquia, com estrutura, análise e acompanhamento especiais. A ação dá continuidade ao processo de fiscalização dos empreendimentos do agronegócio desenvolvido pelo Crea.
A fiscal da Regional Rio Grande do Crea-Minas, engenheira civil Livia Cristina Vieira Cardoso, explicou que a fiscalização de revendas de defensivos agrícolas verifica o quadro técnico dos empreendimentos. “Verificamos se existe um responsável técnico encarregado pela prescrição do receituário agronômico. As receitas precisam ser acompanhadas de uma Anotação de Responsabilidade Técnica e leva em conta detalhes específicos, como o tipo de solo onde será aplicada. Falhas na aplicação do defensivos podem comprometer toda a cultura”, explicou Livia.
Para o gerente de Fiscalização do Crea-Minas, engenheiro mecânico Guilherme Rodrigues, o objetivo principal das ações de fiscalização é detectar e constatar a regularidade dos empreendimentos. “Tudo está sendo feito de acordo com as novas metodologias de fiscalização do agronegócio, em parceria com os empreendedores rurais. Caso seja constatada alguma irregularidade, o empreendedor é notificado e tem um prazo para que faça as adequações”, informa.Em continuidade ao programa de treinamentos iniciado em 2014, que já contou com a participação de mais de 7 mil agricultores, a Iniciativa 2,4-D, grupo formado pelas empresas Atanor, Dow AgroSciences e Nufarm com o objetivo de gerar informação técnica sobre o uso correto e seguro de defensivos agrícolas, enviará pesquisadores a localidades rurais para discutir com os produtores o cenário da resistência de plantas daninhas em cada região, orientando-os sobre as estratégias de controle mais indicadas para cada situação. “A informação é a principal ferramenta para a evolução da nossa agricultura. Em 2016, continuaremos percorrendo o país para compartilhar as mais recentes pesquisas sobre controle de plantas daninhas com quem está no campo”, afirma a coordenadora da Iniciativa 2,4-D, Ana Cristina Pinheiro.
Será abordado o papel dos herbicidas e das boas práticas agrícolas no combate das plantas daninhas, além da apresentação de aspectos técnicos do 2,4-D, como suas características físico-químicas, situação regulatória, estudos de toxicidade, ecotoxicidade e segurança no campo. De acordo com Mauro Rizzardi, professor doutor da Universidade de Passo Fundo e parceiro da Iniciativa 2,4-D, as plantas daninhas são um ponto de muita atenção na produção agrícola. “As perdas de produtividade devido à presença de plantas daninhas podem chegar a 40% e o produtor tem plena condição de evitar este prejuízo ao adotar as técnicas corretas, como a rotação de culturas, a diversidade de métodos de controle e o uso de herbicidas com diferentes mecanismos de ação”, afirma o pesquisador.
As palestras serão realizadas em parceria com entidades como a Universidade de Passo Fundo (UPF), Universidade Estadual de Maringá (UEM) e Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) e passarão por 15 cidades do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e São Paulo, de março a julho de 2016. O produtor rural Mateus Tochetto, que acompanhou um dos eventos do programa, afirmou que as informações recebidas são refletidas em impactos positivos na lavoura. “Este tipo de ação muda os nossos conceitos e passamos a pensar mais sobre nossas escolhas”, diz.
G1 – Globo, 17/03/2016