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Ministério da Agricultura avalia impactos de pragas nas lavouras

Ministério da Agricultura avalia impactos de pragas nas lavouras


A Secretaria de Defesa Agropecuária, por meio do Departamento de Sanidade Vegetal (SDA/DSV), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) compilou em 2014 dados de impactos de algumas das principais pragas nas culturas brasileiras a fim de justificar a equalização de recursos humanos e financeiros para a execução das políticas fitossanitárias. As informações abordadas no texto escrito por Luís Rangel, diretor do DSV, trouxeram nova visão sobre os principais impactos econômicos e sociais de pragas quarentenárias no Brasil.

Levantamentos realizados nos Estados Unidos, no Reino Unido, na Austrália, África do Sul, Índia e no Brasil e dados do Ministério do Meio Ambiente apontam que os danos econômicos anuais das pragas introduzidas nas culturas, pastagens e áreas florestais nesses países são de aproximadamente US$ 250 bilhões.

Segundo Rangel, “é difícil estimar as perdas provocadas por pragas nas culturas agrícolas e na pecuária, e, principalmente, as decorrentes da entrada de espécies quarentenárias”. Desse modo, os impactos relacionados aos prejuízos provocados sobre a produção dependem de vários fatores, como espécie, número de indivíduos, de hospedeiros envolvidos, dentre outros.

Controle – Neste sentido, a SDA/DSV vem analisando os riscos de pragas e realizando ações de controle. Como exemplo recente, houve o caso da emergência fitossanitária para a lagarta Helicoverpa armigera, que segundo as associações de agricultores, provocou perdas de mais de 10 bilhões de reais nos últimos dois anos. A declaração da emergência trouxa ferramentas para diversificar a gama de produtos utilizados no controle das lagartas e evitar que as pragas se tornem resistentes a determinado princípio ativo em curto espaço de tempo.

A utilização indiscriminada de inseticidas pode provocar fenômenos que levam a um amento de dose de até 70%, sem eficiência. A estimativa é de que os custos com defensivos cresceram 30% por conta da Helicoverpa, chegando a R$ 374 por hectare. Ressalta-se que o custo para o desenvolvimento de moléculas químicas como estas é estimado em mais de US$ 200 milhões.

Nos últimos anos, podem-se citar novas pragas que causaram prejuízos de grande monta aos setores do citros, como por exemplo: Huanglongbing (HLB) ou Greening; das diferentes palmas: o ácaro-vermelho-das-palmeiras Raoiella indica; e a lagarta Helicoverpa armigera nas culturas da soja, o milho e o algodão, que sem dúvida foi uma dos maiores impactos.

Para Rangel, a aplicação da técnica de análise benefício-custo, deve sempre ocorrer previamente à adoção de políticas de defesa agropecuária, porque considera variáveis tangíveis e, muitas vezes, aquelas intangíveis; com avaliação de efeitos diretos e indiretos, envolvidos nas ações a serem implementadas.

Diário do Comércio, 08/01/2015

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