MERCADO
Sindiveg projeta queda de até 3% no mercado de agroquímicos em 2017
Sindiveg projeta queda de até 3% no mercado de agroquímicos em 2017

Diretora Executiva do Sindiveg (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal), Silvia Fagnani projeta uma leve queda de 2% a 3% no faturamento do mercado de agroquímicos para o ano de 2017. De acordo com a dirigente, os fatores serão os mesmos que provocaram a queda de 1% registrada no ano passado sobre 2015.
Silvia aponta que a ligeira baixa registrada em 2016 foi muito mais um ajuste, caracterizado pela mudança no padrão dos produtos vendidos: “Tivemos uma queda, de certa forma, nos produtos mais antigos e um aumento nos produtos ‘premium’, produtos de controle para pragas mais difíceis. Essa questão dos fungicidas já com misturas prontas, herbicidas mais novos, é realmente um ajuste. Não teve uma grande queda de volume, de valores, então está bastante equilibrado”.
A dirigente explica que outro fator que vai pesar no desempenho do setor neste ano é a questão dos altos estoques. “Existem muitos estoques no campo, a infestação de insetos está mais baixa e ainda existem os fatores de crédito e produtos ilegais são preocupantes. A questão do dólar a gente nunca sabe”, analisa.
Ela destaca que o problema dos produtos contrabandeados e falsificados é “histórico”, sendo que o Sidiveg já tenta combater com campanhas desde o início dos anos 2000. “Eles têm um peso grande sim no faturamento mas isso não vem acontecendo de um ano pra cá. É um mercado bastante expressivo, impossível de medir com exatidão, mas é uma questão que nos preocupa bastante”, ressalta ela.
“Existem diversas operações das autoridades, tanto da Polícia Civil, Federal, Rodoviária. Também vemos várias ações do Ibama nas propriedades pra garantir que os produtos ilegais não sejam usados. Mas faltam políticas públicas, porque você acaba atacando o problema e não a causa dele. Entendemos que as penas têm que ser maiores, mais rígidas, um maior controle de fronteira, uma maior interlocução com os países vizinhos pra estabelecer cotas, trocas de informações pra garantir que os produtos não cheguem”, aponta Silvia.
Sobre a questão do risco de crédito, a Diretora Executiva do Sindiveg explica que a indústria de defensivos já vem financiando o produtor já há muitos anos. Ela afirma que até o ano passado existia um grande problema na obtenção do crédito por parte do produtor rural, mas que essa dificuldade melhorou um pouco nesse último ano.
A inadimplência, no entanto, ainda está muito alta: “Pra ter uma ideia, o prazo pra recebimento [do pagamento] da indústria de 2014 foi de 222 dias e em 2016 já passamos pra 327 dias pra recebimento. Então, o prazo está de quase um ano para a indústria e esse número é de dívidas não renegociadas, ou seja, se formos somar as renegociadas, o prazo seria muito maior”.
“Para a indústria é muito importante manter esse financiamento pro produtor, porque sabemos das dificuldades. Não é nosso interesse manter lá como índice inadimplente e não ajudá-lo a conseguir pagar. O setor financia praticamente 95% das vendas”, conclui.
Agrolink 02/05/2017
Fonte: Reprodução