MERCADO

UE de olho em negócio da China

UE de olho em negócio da China


União Europeia quer saber se aquisição da Syngenta pela ChemChina tem participação de outras estatais chinesas

Antes de aprovar a proposta de aquisição da suíça produtora de sementes e agroquímicos Syngenta pela estatal National Chemical Corp ou ChemChina, a União Europeia (UE) deve fazer uma ampla auditoria para identificar se outras estatais chinesas do setor fazem parte do mesmo grupo da ChemChina e se isso levaria à concentração no mercado de defensivos na Europa, avaliam agentes.

“É possível haver uma briga durante a análise da companhia porque nem sempre é claro quanto controle o Estado chinês tem sobre uma empresa particular e se ele coordena as atividades daquela companhia junto com as de outra empresa do mesmo setor”, disse David Anderson, sócio do escritório belga da área antitruste Berwin Leighton Paisner LLP.

Mais cedo, a ChemChina anunciou que a Comissão sobre Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (CFIUS, na sigla em inglês) liberou sua proposta de aquisição da suíça produtora de sementes e agroquímicos Syngenta, em um acordo de US$ 43 bilhões, tirando um dos maiores obstáculos para a conclusão desta negociação.

Se a UE considerar que a ChemChina de fato faz parte de um grupo maior de empresas, aumentariam as chances de haver sobreposição das atividades da companhia e da Syngenta. Neste caso, Syngenta e ChemChina poderiam se ver obrigadas a vender ativos, segundo Jeremy Redenius, analista sênior da Bernstein Research. 

O escrutínio dos efeitos do acordo, para o setor de agroquímicos e também de petróleo, já é esperado também porque a ChemChina tem o controle da Adama, empresa com forte atuação nos segmentos de inseticidas e herbicidas, junto com Syngenta e Dow Chemical, de acordo com a Bernstein Research. 

ChemChina e Syngenta têm afirmado acreditar que o acordo será completamente aprovado até o fim de 2016, perspectiva considerada otimista pelo mercado.

Enquanto aguarda um desfecho do processo, a ChemChina trabalha para garantir recursos para a operação. HSBC Holdigs e China Citic Bank International devem prover os US$ 43 bilhões envolvidos no negócio, mas outros agentes do setor trabalham no financiamento de longo prazo da companhia compartilhando parte dos débitos com outros bancos e vendendo ações da Syngenta para co-investidores.

Nesta semana, a ChemChina deve assinar um acordo de empréstimo no valor de US$ 12,7 bilhões com mais de dez bancos com o objetivo de financiar o acordo, segundo fontes próximas à empresa.

Portal DBO, 22/08/2016

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