MERCADO

UR busca aumentar seguranças das aplicações de defensivos


Para o pesquisador científico Hamilton Ramos, coordenador da Unidade de Referência em Tecnologia e Segurança na Aplicação de Agroquímicos (UR), por mais polêmica que haja em torno do uso de defensivos agrícolas, tais produtos são indispensáveis ao agronegócio. Segundo o cientista, num país de grandes dimensões e clima tropical, como o Brasil, ainda não se obtém produtividade em grandes áreas cultivadas sem manejo químico de plantas daninhas, pragas e doenças que concorrem com as culturas.

De acordo com o pesquisador, a UR tem por objetivo reduzir o déficit de mão de obra especializada na aplicação de agroquímicos e, assim, elevar padrões de segurança das operações de pulverização realizadas no País. A entidade, diz Ramos, forma consultores aptos a orientar trabalhadores rurais em torno do uso correto e seguro de agroquímicos.

Uma entidade sem fins lucrativos, a UR está sediada na cidade paulista de Jundiaí e resulta de uma parceria entre o Centro de Engenharia e Automação do Instituto Agronômico (CEA/IAC) – órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP – e a iniciativa privada.

“A UR prepara técnicos agrícolas e engenheiros agrônomos tendo em vista a sustentabilidade do uso de agroquímicos ou defensivos agrícolas. Capacita esses profissionais, também, para transmitir conceitos-chave de tecnologia e segurança usando a linguagem simples do homem do campo”, reforça Ramos.

Segundo Ramos, números compilados pela UR apontam que entre 25 milhões e 30 milhões de pessoas trabalham no agronegócio nos dias de hoje. Destas, em torno de 4,5 milhões são analfabetas e 12 milhões exercem funções na condição de temporárias. Outro dado relevante indica que 85% dos trabalhadores do setor não possuem qualificação e desempenham suas atividades nas pequenas propriedades.

“Nas pequenas propriedades, sobretudo, predomina a desinformação que leva à carência de recursos de suporte ao uso seguro de agroquímicos. Nesses locais, em geral, contatamos baixos índices de utilização de equipamentos de proteção individual, por exemplo”, continua Ramos.

Ramos enfatiza ainda que o mau uso de agroquímicos ocasiona prejuízos anuais da ordem de R$ 2 bilhões ao agronegócio, somando-se desperdícios de ingredientes ativos às despesas advindas de acidentes e intoxicações.

Novos programas – Pouco menos de dois anos depois de aberta, a Unidade de Referência (UR) já realizou cinco programas de capacitação presenciais, voltados a produtores agrícolas e profissionais de médias e grandes empresas do agronegócio e da agroindústria.

No mês de junho deste ano, adianta ele, a entidade lançará novos programas de capacitação à distância (EAD), voltados a públicos diversificados e ampliará também a grade de treinamentos customizados para empresas.

Entre os dias 1º e 5 de abril e 13 e 17 de maio deste ano, a Unidade de Referência formará uma nova turma de consultores com ênfase na Norma Regulamentadora 31.8 (NR 31.8), focada na prevenção de acidentes com agroquímicos. Já de 19 a 23 de agosto e de 16 a 20 de setembro, também em duas etapas, será ministrado o curso Tecnologia de Aplicação.

Bureau de Ideias Associadas, Imprensa e Com. Est., 15/02/2019

Fonte Imagem: Reprodução

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