NOVAS TECNOLOGIAS

Novas tecnologias contra ervas daninhas são desenvolvidas nos EUA e Austrália


As novas tecnologias em desenvolvimento nos EUA e na Austrália poderão oferecer uma gama mais ampla de ferramentas para lidar com as ervas daninhas. O professor da Charles Sturt University, Michael Walsh, descreveu seis desenvolvimentos nas atualizações do GRDC de 2024. Além disso, suas observações foram resultado de um projeto de investigação que ele fez como parte de um programa de bolsas chamado Fulbright.

Dentre as seis ferramentas temos o aquecimento de ervas daninhas, que consiste em uma tecnologia que está sendo desenvolvida pela Global Neighbour, uma start-up com sede em Ohio. É um método para matar sementes de ervas daninhas usando ultravioleta de alta intensidade e infravermelho de onda média. O professor Walsh disse que a intensidade da luz azul era 30 vezes maior que a da luz solar natural. Combinado com a radiação infravermelha de onda média, mata as sementes de ervas daninhas, potencialmente em segundos.

Os pulverizadores microjato são outra ferramenta que, de acordo com o professor Walsh, pesquisadores da Universidade da Califórnia (UC Davis) estavam explorando para atingir ervas daninhas com tratamentos herbicidas de precisão de baixo volume. A tecnologia identifica ervas daninhas e aciona um solenóide (eletromagneto) para pulverizar baixos volumes de herbicida para atingir as ervas daninhas com precisão. Na Universidade Estadual da Carolina do Norte, o professor Walsh fez o relato de uma impressora de etiquetas a jato de tinta que foi implantada com 32 válvulas controláveis ​​individualmente e reprojetada para fornecer micro doses de herbicidas às ervas daninhas. Walsh afirmou que ″Como parte de um projeto para desenvolver tecnologias de controle de ervas daninhas para sistemas de cultivo orgânico, a tecnologia de impressão está sendo incorporada em uma plataforma autônoma junto com a capacidade de reconhecimento de ervas daninhas para fornecer volumes ultrabaixos (um a seis microlitros) para ervas daninhas detectadas″.

Já a capina elétrica, consiste em vários sistemas elétricos de remoção de ervas daninhas, incluindo Zasso, RootWave e Weed Zapper, que estavam sendo desenvolvidos para cultivo em amplas áreas usando descarga de faísca ou métodos de contato contínuo entre planta e eletrodo. O professor explicou que esses sistemas usam um eletrodo carregado positivamente (barra ou placa) que fornece uma carga de alta voltagem às ervas daninhas com as quais entra em contato. Assim, uma corrente elétrica passa pelas ervas daninhas, causando a ruptura de suas células devido ao aquecimento de resistência.

Os exsudados de raiz, são outra alternativa de manejo de ervas daninhas. São produtos químicos produzidos pelas plantas (aleloquímicos), que têm o potencial de inibir o crescimento de ervas daninhas e demonstraram ser eficazes para diversas combinações de culturas e ervas daninhas. Walsh ressaltou que ″Anteriormente, houve pesquisas consideráveis ​​​​com o objetivo de compreender o potencial de controle de ervas daninhas com os exsudados das raízes das culturas″.

O reconhecimento de ervas daninhas por sua vez é um projeto do Departamento de Agricultura dos EUA, que envolve investigadores universitários que visam estabelecer uma grande base de dados de imagens de código aberto para as principais ervas daninhas cultivadas.

Por fim, ele comenta sobre a supressão da produção de sementes. Segundo Walsh, a industrias de produção de sementes híbridas utiliza substâncias que matam as células reprodutivas das plantas para evitar que machos indesejados polinizem as plantas maternas. O professor ressaltou que ″Direcionar a produção de pólen de ervas daninhas resistentes a herbicidas pode ser importante para prevenir a produção de sementes de ervas daninhas e espalhar genes de resistência a populações suscetíveis”.

Embora as novas abordagens de manejo de ervas daninhas estarem no início, em vários estágios de desenvolvimento, o professor Walsh destaca que elas representam oportunidades para os pesquisadores australianos testarem e avançarem principalmente na cultura de grãos da Austrália.

 

 Fonte: Agropages, publicado em 22/05/2024

Fonte da imagem: Freepik

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