NOVAS TECNOLOGIAS

Biotecnologia avança no campo da autenticidade e uso dos bioinsumos


A GoGenetic Agro anunciou o desenvolvimento de primers exclusivos para aplicação em produtos biológicos utilizados na agricultura. 

Segundo a empresa brasileira, os primers são pequenas sequências de DNA capazes de identificar com precisão microrganismos presentes em bioinsumos por meio da metodologia de RT-PCR (qPCR).

“A crescente demanda por bioinsumos mais eficazes, seguros e rastreáveis ​​está impulsionando o uso de tecnologias moleculares na agricultura”, afirmou a GoGenetic Agro. 

A empresa revelou que seu foco está na “personalização e exclusividade como pilares da nova geração de bioinsumos, com base na seleção de cepas únicas, análise genômica, controle de qualidade por qPCR e validação de campo com metagenômica”.

Vânia Pankievicz, CEO da GoGenetic Agro, disse ao AgroPages que a empresa está “na vanguarda dessa revolução, oferecendo soluções avançadas para garantir que cada bioinsumo entregue seu potencial máximo, promovendo uma agricultura mais sustentável, produtiva e baseada na ciência”.

Os primers exclusivos funcionam como uma “identificação genética”, confirmando a identidade dos microrganismos utilizados nos produtos e garantindo a rastreabilidade desde o laboratório até a aplicação em campo. Desenvolvidos a partir do genoma completo de uma cepa, os primers previnem contaminação cruzada e falsos positivos — fator essencial tanto para o registro de bioinsumos no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), quanto para manter a exclusividade da cepa e proteger os investimentos em inovação.

“Esta é uma das ferramentas mais poderosas para garantir a originalidade das cepas, o que comprova a qualidade dos produtos e protege o investimento da indústria. É uma fronteira tecnológica que posiciona o Brasil como protagonista no uso da biotecnologia na agricultura”, disse Vânia.

A tecnologia também reduz riscos para o produtor. Bioinsumos sem controle adequado podem comprometer uma colheita inteira. Com primers exclusivos, o produtor tem segurança e confiança de que está utilizando uma solução biológica eficaz, contribuindo para a sustentabilidade e a modernização da agricultura.

O mercado de bioinsumos está passando por um período de expansão. Segundo a CropLife Brasil, em 2023, o valor global desse mercado foi estimado entre US$ 13 e 15 bilhões. No Brasil, o segmento comercial cresceu 30% em três safras, passando de R$ 3,9 bilhões em 2021-2022 para R$ 5,1 bilhões em 2023-2024. Com o aumento do uso de inoculantes e biopesticidas compostos por formulações microbianas, o setor de bioinsumos demanda cada vez mais evidências e técnicas mais robustas.

Segundo o MAPA, o registro desses produtos exige a identificação genética precisa das cepas utilizadas, a quantificação precisa dos microrganismos — seja por Unidades Formadoras de Colônias (UFC) ou por cópias de DNA — e a garantia de pureza, assegurando a ausência de contaminação indesejada. Nesse contexto, o uso de primers exclusivos torna-se essencial, pois oferece uma metodologia confiável para atender a esses requisitos com precisão científica.

A adoção dessa tecnologia também oferece uma série de benefícios estratégicos e operacionais para a indústria e o campo: desde a comprovação científica da exclusividade da cepa — protegendo a propriedade intelectual — até o controle de qualidade padronizado e altamente sensível, além da rastreabilidade total do produto, aumento da confiança do produtor e maior agilidade nos processos de registro regulatório.

 

Fonte: Leonardo Gottems – Agropages, publicada em 24/04/2025

Fonte da imagem: Freepik

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