NOVAS TECNOLOGIAS

Embrapa é finalista em prêmio internacional de inovação

Embrapa é finalista em prêmio internacional de inovação


Tecnologias de pulverização eletrostática desenvolvidas pela Embrapa estão entre as três melhores técnicas de aplicação no mundo. As tecnologias de Gotas eletrificadas: eletrificação direta por meio de um bocal de pulverização eletrostático; Eletrificação indireta no bico de pulverização eletrostática e eletrificação indireta de um bico pulverizador eletrostático pneumático foram finalistas do Prêmio Internacional “Melhor Tecnologia de Aplicação,” uma iniciativa da Agrow Awards Agrobusiness Intelligence. O evento foi realizado em Londres, Inglaterra.

A premiação visou destacar as empresas que desenvolvem soluções tecnológicas com capacidade para mudar os paradigmas na forma de se pulverizar lavouras, associando economicidade, alta precisão e eficiência no controle fitossanitário, além de minimizar os impactos no ambiente e aumentar a segurança dos aplicadores.

As tecnologias selecionadas como finalista na categoria inovação foram desenvolvidas e aperfeiçoadas pelo pesquisador Aldemir Chaim da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP).

Para a chefe Adjunta de Transferência de Tecnologia da unidade, Maria Isabel Penteado, figurar entre os finalistas em uma premiação internacional é um feito de muito destaque.  Ela explicou que houve um trabalho na construção da indicação, juntamente com a Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento e com a Secretaria de Comunicação da Embrapa no sentido de viabilizar os trâmites da participação e conseguir essa distinção para a Empresa. Segundo ela, essa conquista coloca a Unidade da Embrapa Meio Ambiente em sintonia com as tecnologias mais modernas no mundo e destaca a contribuição em perfeito sincronismo com as diretrizes da Embrapa.

“Sem dúvida é um grande incentivo para a Unidade, perceber-se com trabalho capaz de receber tal honraria,” disse ela.

Para o pesquisador Aldemir Chaim, a indicação ao prêmio demonstra que a Embrapa sempre trilhou o caminho certo para solucionar os problemas das aplicações dos agroquímicos. Ainda segundo ele, também demonstra que a sociedade está preocupada e muito atenta as inovações que estão ocorrendo no mundo inteiro. “As questões ambientais e financeiras têm movimentado os agricultores a buscarem alternativas para praticarem uma agricultura mais sustentável,” completou o pesquisador.

Histórico da tecnologia

O pesquisador Aldemir Chaim explicou que desde 1984, o Laboratório de Tecnologia de Aplicação da Embrapa Meio Ambiente tem alertado sobre a baixa eficiência das aplicações dos defensivos. A partir de 1990, realizou várias pesquisas em culturas de porte rasteiro, arbustivo e arbóreo que comprovaram desperdícios entre 30 a 70% dos fitossanitários aplicados.   

Diante desse contexto, a Embrapa procura alternativas para aumentar a eficiência das aplicações de agroquímicos, envolvendo aperfeiçoamentos em métodos de calibração, desenvolvimento do programa “Gotas” para análise de deposição, além do constante aperfeiçoamento da “pulverização eletrostática”.

Para Chaim a aplicação de defensivos praticada hoje não difere daquela de 1984, pois houve apenas melhoras significativas nas capacidades operacionais das máquinas, mas pouco ou nenhum investimento na eficiência de deposição dos agroquímicos nos alvos. Conforme destacou o pesquisador, aumentou-se muito a velocidade de aplicação nas culturas de porte rasteiro, como soja e algodão, “ao ponto em que a máquina, ao passar, deixa uma nuvem de gotas que se sedimenta por gravidade sobre as plantas e dependendo da área foliar da cultura, poucas ou nenhuma gota atinge a região intermediária ou a região mais basal das plantas, locais, onde muitas vezes ocorrem problemas fitossanitários graves,” disse.

Ao mesmo tempo, existe uma forte tendência de reduzir o volume de calda aplicado, visando aumentar a capacidade operacional dos pulverizadores. Com alta velocidade de transporte e redução de volume de calda, é necessário trabalhar com bicos de pulverização que produzem gotas grandes e, nesse caso, também prejudica a eficiência da aplicação pela redução da biodisponibilidade dos produtos.

A pulverização eletrostática aumenta a atração de gotas para as plantas, bem como a deposição. Em alguns casos específicos, onde as pulverizações são realizadas manualmente, possibilita a redução de volume de calda e princípio ativo. Contudo, esse cenário não resolve todos os problemas da baixa eficiência das aplicações, pois conforme explicou o pesquisador da Embrapa, para a eletrostática funcionar, as gotas precisam ser pequenas e evaporariam antes de chegar nas plantas. Se aplicadas com um trator de barras numa cultura sob uma temperatura de 30°C e 20% de umidade relativa, as gotas se sedimentariam por gravidade, atingindo apenas os ponteiros das plantas.

O pesquisador acredita que, concomitantemente com a eletrostática, “é necessário o desenvolvimento de itens coadjuvantes e novos pulverizadores que apresentem jatos de ar com potência suficiente para levar as gotas até as regiões mais basais das plantas,” disse Chaim.

Para ler a notícia completa, acesse: www.embrapa.br

Embrapa, 24/11/2016

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