NOVAS TECNOLOGIAS

Estudantes de Mato Grosso do Sul criam drone para combater pragas nas lavouras

Estudantes de Mato Grosso do Sul criam drone para combater pragas nas lavouras


Câmera do drone grava imagens de local onde pragas se escondem.

A contagem mais precisa auxilia na redução do uso de defensivos agrícolas.

Dois estudantes do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) criaram um drone para quantificar as pragas em plantações e ajudar a dimensionar o volume de defensivos agrícolas necessário na proteção das lavouras. David Di Martini e Estevão Tonello estão concluindo o ensino médio no curso técnico integrado em Eletrotécnica no Campus Campo Grande. O protótipo foi desenvolvido pela dupla para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e já está voando.

Além de modernizar o sistema de contagem, gerando dados mais exatos e de forma mais rápida, o projeto dos estudantes poderá contribuir para a redução do volume de defensivos agrícolas usados, protegendo as pessoas e o meio ambiente.

“Nosso projeto se baseia no tripé da sustentabilidade, unindo proteção ambiental, economia e impacto social. Com uma contagem mais precisa e menos defensivos agrícolas, diminui a agressão ao solo, é possível economizar com defensivos, aumentar a produção e diminuir a contaminação de alimentos por produtos químicos”, explicou David.

Projeto

Por meio de uma câmera ligada ao drone por uma haste, os estudantes gravam imagens da parte de baixo das folhas da planta, onde pragas como percevejos e lagartas se escondem. Os vídeos coletados são repassados para um computador e um software realiza a leitura e quantifica os insetos. O objetivo é contribuir especialmente para o cultivo da soja, substituindo a contagem tradicionalmente feita com o processo chamado pano de batida.

Neste método, uma lona é colocada embaixo da planta, que é chacoalhada. Em seguida, o número de pragas que caem é contado e, a partir dessa amostragem, o produtor define a quantidade de defensivos agrícolas a ser aplicada.

Entretanto, David destaca que, até o momento, não foi possível testar o experimento em lavouras de soja.“Fizemos um teste em uma lavoura de mandioca e conseguimos obter as imagens das partes inferiores da planta”, explicou David, completando que o importante é que o drone consiga “ver” embaixo das folhas.

Ainda segundo David, o projeto não está finalizado e outras etapas de desenvolvimento são necessárias para aumentar a estabilidade e autonomia de voo do drone.

Prêmios

Apesar de ainda não estar concluído, o drone já foi premiado com o segundo lugar na categoria Engenharia na Feira de Tecnologias e Engenharias de Mato Grosso do Sul (Fetec/MS) e recebeu uma credencial para participar da Space Camp 2017 e da Mostra Brasileira e Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec), que será realizada em outubro em Novo Hamburgo (RS).

Os estudantes também receberam um Certificado de Mérito pela participação no evento Portões Abertos, realizado pelo Comando Militar do Oeste, e estão com o projeto inscrito para participar da Feira de Ciência e Tecnologia de Campo Grande (Fecintec) do IFMS.

G1, 14/09/2016

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