NOVAS TECNOLOGIAS

Estudo apresenta nanodefensivo bifásico de liberação controlada para biocontrole eficiente


Milhões de toneladas de defensivos são utilizadas anualmente para proteger as plantações, mas as formulações tradicionais liberam os produtos muito rapidamente, degradam-se com facilidade e sofrem lixiviação, resultando em baixa eficiência e riscos ambientais. Em comparação com o desenvolvimento dispendioso e demorado de novos agroquímicos, a criação de formulações inteligentes de liberação controlada a partir de ingredientes já existentes é uma maneira mais simples e eficaz de melhorar a eficiência e reduzir os danos ecológicos.

Uma equipe liderada pelo Prof. WU Zhengyan e pelo Prof. ZHANG Jia, dos Institutos de Ciências Físicas de Hefei da Academia Chinesa de Ciências, desenvolveu um nanohíbrido bioinspirado de azul da Prússia/PNIPAM (PAPP) com características de liberação espacial e temporalmente desacopladas. Os resultados foram publicados no Journal of Controlled Release. 

Inspirado na estratégia de biocontrole bifásico de vespas parasitoides, este sistema integra a liberação rápida desencadeada por meio alcalino para lidar com surtos agudos de pragas e a liberação sustentada responsiva à temperatura e ao infravermelho próximo (NIR) para controle sazonal de longo prazo. Neste projeto, nanopartículas de azul da Prússia servem como núcleos degradáveis ​​em meio alcalino, enquanto os canais de hidrogel de poli(N-isopropilacrilamida) conferem responsividade ao calor e ao NIR. A natureza dinâmica desta arquitetura permite o manejo bifásico de defensivos, combinando modos de liberação rápida e sustentada.

Os nanodefensivos PAPP exibiram alta capacidade de carregamento de fármaco, forte resistência aos raios UV e melhor adesão foliar, garantindo estabilidade duradoura em condições de campo. Tanto os resultados experimentais quanto as simulações confirmaram sua forte atividade inseticida contra Plutella xylostella, reduzindo os danos às culturas e a organismos não-alvo, como o peixe-zebra e os polinizadores. Além disso, a degradação do azul da Prússia libera íons de ferro, que atuam como micronutrientes benéficos para as plantas, aumentando ainda mais o valor ecológico. O trabalho apresenta uma abordagem promissora para o desenvolvimento de formulações de defensivos eficientes e ecologicamente corretas, contribuindo significativamente para o avanço sustentável da agricultura.

 

Fonte: Agropages, publicado em 06/11/2025

Fonte da imagem: Freepik

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