NOVAS TECNOLOGIAS
Luz solar elimina uso de defensivos na produção de mudas
Luz solar elimina uso de defensivos na produção de mudas
A luz solar está substituindo o uso de defensivos na produção de mudas em São Paulo. Para evitar o uso de produtos que provocavam náuseas e tonturas nos trabalhadores que manipulavam a terra, o Núcleo de Produção de Mudas da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), de São Bento do Sapucaí (SP), passou a usar um coletor solar para armazenar calor, que serve para tratar substratos e, assim, produzir mudas sadias.
O coletor é uma caixa de madeira revestida de chapa e canos de metal, pintada de preto e forrada com plástico para reter o calor. De acordo com a engenheira agrônoma Silvana Catarina Sales Bueno, a vantagem do equipamento é que ele utiliza energia gratuita, trazendo ainda benefícios ao meio ambiente.
A agrônoma lembra ainda que o coletor resolve um problema de saúde, pois substitui o uso do brometo de metila, um produto hoje proibido.
O núcleo produz, atualmente, 37 variedades de mudas frutíferas, além de mudas florestais nativas e matrizes para agricultores do Vale do Ribeira. Quando coletor solar começou a ser utilizado, um levantamento indicou que o uso da tecnologia tinha o mesmo custo do que a aplicação de brometo de metila. A diferença é que, com o coletor, as mudas se desenvolviam melhor e não havia danos à saúde dos trabalhadores.
A prática ainda é pouco conhecida, mas a construção do coletor solar é acessível a qualquer produtor. As caixas não podem ultrapassar 30 centímetros de altura e 15 de diâmetro. Além disso, a temperatura deve ser medida até chegar aos 70°C. O processo dura apenas um único dia.
Essa temperatura, indica Silvana Bueno, aniquila a maioria dos micro-organismos que causam doenças nas plantas, mas mantém a maioria dos agentes que são benéficos a elas. “Desde que começamos a usar (o coletor) no final da década de 1990, os funcionários não tiveram mais problemas com a manipulação do substrato, e tivemos menos incidência de doenças nas mudas também”, diz a engenheira agrônoma.
Canal Rural, 16/03/2016