SUSTENTABILIDADE

Embalagens vazias de defensivos com destino certo

Embalagens vazias de defensivos com destino certo


A logística reversa sempre foi um fator de preocupação do setor do tabaco. Antes mesmo da legislação que obriga a devolução das embalagens de defensivos tríplice lavadas, o Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) já desenvolvia um programa itinerante pioneiro no Sul do Brasil. Prestes a comemorar 17 anos em outubro, o Programa de Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos já retirou do campo mais de 13,4 milhões de embalagens. Todo este material segue da casa do produtor para centrais de recebimento e triagem credenciadas pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV).

Para reconhecer a importância e a necessidade de ações como esta, bem como mobilizar todos os envolvidos no programa de destinação final de embalagens vazias de agroquímicos, o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (InpEV) celebra na próxima sexta-feira, 18 de agosto, o Dia Nacional do Campo Limpo. A data comemorada desde 2008 serve ainda para reflexão sobre a preservação do meio ambiente, bem como a saúde e segurança de produtores rurais.

“O número de embalagens recolhidas pelo programa do setor pode dar a impressão de que utilizamos muito agrotóxicos, quando na verdade somos o que menos utiliza, segundo apontaram pesquisas. Além disso, os produtores de tabaco podem destinar ainda as embalagens utilizadas em outras culturas”, destaca o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke. De acordo com pesquisa conduzida pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ-USP), o tabaco está entre aquelas que utilizam menos ingredientes ativos por hectare, em torno de 1,1 kg de IA/HA.

“A conscientização dos produtores é muito importante nesse caso. Ao mesmo tempo em que preserva o meio ambiente, a devolução das embalagens vazias de defensivos permite a reciclagem dos recipientes e o retorno ao sistema produtivo como matéria-prima para empresas recicladoras”, afirma o coordenador do programa, Carlos Sehn. Entre as diversas destinações de uso a que podem ser submetidas, está a da construção civil, por meio da produção da chamada madeira plástica, conduítes para fiação elétrica e dutos corrugados. Pode também ser utilizado na confecção de embalagens para óleo combustível e novas embalagens para defensivos. Quem adere ao programa e entrega as embalagens tríplices lavadas, ganha recibos – fundamentais para apresentação aos órgãos de fiscalização ambiental. Além de preservar o meio ambiente, o produtor assegura a saúde e a segurança da sua família, bem como atende a legislação.

SAIBA MAIS – Criado no ano 2000, o Programa de Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos antecedeu a legislação de 2002, o decreto federal 4.074/2002, que prevê a devolução das embalagens às suas respectivas origens. Com 17 anos, o programa é sucesso entre os produtores de tabaco: 563 municípios do Rio Grande do Sul e Santa Catarina são atendidos pela coleta itinerante que percorre 2,3 mil pontos de recebimento na zona rural. O programa beneficia um universo de 130 mil produtores de tabaco gaúchos e catarinenses, com comodidade e segurança na devolução dos recipientes tríplice lavados em pontos de coleta localizados próximos de suas propriedades. Ao todo, oito regiões produtoras de tabaco fazem parte do roteiro. Até o dia 28 de setembro, o programa estará no Sul e Litoral do Rio Grande do Sul; e a partir do dia 02 de outubro, passa a percorrer o Noroeste gaúcho.

SEGS, 16/08/2017

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