SUSTENTABILIDADE
Embrapa obtém registro de vespas para controle de moscas-das-frutas
Após 12 anos de pesquisa, a Embrapa Clima Temperado (RS) em parceria com a empresa Partamon (startup do Rio de Janeiro), obteve o registro de uma vespa nativa (parasitóide), que realiza o controle biológico e uma das principais espécies de mosca-das-frutas que afetam a fruticultura no Brasil, tendo grande relevância econômica.
Essa conquista é um marco e abre portas para que outras empresas possam buscar registros do parasitóide em questão e possam utilizá-lo, inclusive, em sistemas de produção orgânica. Essa tecnologia ajuda a consolidar cada vez mais o controle biológico no contexto nacional.
Apesar do registro, a pesquisa continua para otimizar ainda mais a tecnologia. Um ponto que está em análise é a associação entre o controle biológico e outros métodos de controle como por exemplo o uso associado com produtos químicos, garantindo que a molécula tenha efeito contra as moscas, mas não contra as vespas.
A Partamon, além de participar do desenvolvimento da tecnologia, também estabeleceu um sistema de produção eficiente e sustentável e agora busca parcerias para multiplicação em grande escala das vespas, visando atender ao setor produtivo de frutas no Brasil.
O parasitismo da vespa da espécie Doryctobracon areolatus, se dá pela postura de ovos dentro das larvas das moscas-das-frutas. Ao eclodir, a larva da vespa se alimenta do hospedeiro (larva da mosca), eliminando-o antes da formação do adulto.
A vespa foi classificada como inseticida biológico, e apresentou uma taxa de parasitismo de 40% das larvas das moscas-das-frutas nas áreas analisadas. Ademais, por ser uma espécie nativa, tende a estar adaptada e pode ser liberada em diversas regiões do país, como nos laranjais de São Paulo.
De acordo com os pesquisadores, a liberação dessa vespa na natureza não apresenta riscos de causar desequilíbrios, já que, uma vez que a população das moscas caia, a do parasitóide também cai, já que este depende do hospedeiro para sobreviver. Outro ponto relevante é que essas vespas não se alimentam de plantas, ou seja, não causam danos à flora local. Ademais, por parasitarem apenas algumas espécies de moscas, não apresentam riscos à outros insetos.
Fonte: Agrolink, publicado em 07/09/2023
Fonte da imagem: Pixabay