SUSTENTABILIDADE
Sistema Campo Limpo muda paradigma sobre embalagens de defensivos
Sistema Campo Limpo muda paradigma sobre embalagens de defensivos
Sucesso em nosso meio rural e referência de eficiência no exterior, o Sistema Campo Limpo de logística reversa mudou o paradigma de responsabilidade com as embalagens de agroquímicos, pós-consumo, na agricultura brasileira.
Hoje, essa iniciativa é uma reserva brasileira de conhecimento em recolhimento e descarte ambientalmente correto de embalagens, inclusive com potencial de contribuição para outros programas que surjam no Brasil, sob o guarda-chuva da Política Nacional de Resíduos Sólidos (de 2010), que impõe às cadeias produtivas da economia a responsabilidade de dar destinação adequada aos resíduos sólidos produzidos.
Desde 2002, quando começou a funcionar, o Sistema Campo Limpo já evitou o descarte indevido de mais de 360 mil toneladas de embalagens e, hoje, encaminha para reciclagem ou incineração 94% das embalagens devolvidas pelos agricultores. Enquanto isso, países como França, Canadá, Espanha e Alemanha estão com recolhimento na casa dos 70%-80%, Japão com 50% e os Estados Unidos bem mais atrás, na faixa de 35%.
Sob uma perspectiva histórica, é possível creditar o sucesso desse programa, em primeiro lugar, à legislação que instaurou a determinação de se devolver e recolher as embalagens dos defensivos agrícolas adquiridos pelos produtores rurais (Lei 9.974/2000). A subsequente conscientização dos produtores também foi decisiva, assim como a liderança da indústria em todo o processo e o suporte essencial dos canais de comercialização de insumos, no campo.
O Sistema Campo Limpo reúne cerca de uma centena de empresas fabricantes de defensivos, cinco mil distribuidores e cooperativas em todo o Brasil, 12 recicladores e três incineradores. Estrutura que é alimentada por uma malha de mais de 400 unidades de recebimento de embalagens, distribuídas em 25 Estados e no Distrito Federal. Esta rede retira do campo embalagens usadas em aproximadamente 55 milhões de hectares cultivados.
A gestão operacional desse complexo aparato de logística reversa está a cargo do InpEV – Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias, representante das indústrias de agroquímicos. Uma operação cuja força está no fato de integrar efetivamente os elos da cadeia comercial de defensivos agrícolas, da fábrica ao produtor rural – e também o poder público, que fiscaliza o sistema de destinação, emite licenças para as unidades de recebimento e apoia os esforços de conscientização do agricultor.
Costuma-se dizer que em cadeias produtivas não existem heróis. No caso do Sistema Campo Limpo isso é concreto, pois os segmentos da cadeia de produção agrícola, no antes e no dentro da porteira, mergulharam no desafio de fazer a logística reversa dos defensivos em um país continental e dar um passo à frente para a sustentabilidade no campo. E deu certo, muito certo. Mas nesta história, na verdade, tem sim um herói: o agronegócio.
Sobre o CCAS:
O Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) é uma organização da Sociedade Civil, criada em 15 de abril de 2011, com domicilio, sede e foro no município de São Paulo-SP, com o objetivo precípuo de discutir temas relacionados à sustentabilidade da agricultura e se posicionar, de maneira clara, sobre o assunto.
O CCAS é uma entidade privada, de natureza associativa, sem fins econômicos, pautando suas ações na imparcialidade, ética e transparência, sempre valorizando o conhecimento científico.
Os associados do CCAS são profissionais de diferentes formações e áreas de atuação, tanto na área pública quanto privada, que comungam o objetivo comum de pugnar pela sustentabilidade da agricultura brasileira. São profissionais que se destacam por suas atividades técnico-científicas e que se dispõem a apresentar fatos concretos, lastreados em verdades científicas, para comprovar a sustentabilidade das atividades agrícolas.
A agricultura, apesar da sua importância fundamental para o país e para cada cidadão, tem sua reputação e imagem em construção, alternando percepções positivas e negativas, não condizentes com a realidade. É preciso que professores, pesquisadores e especialistas no tema apresentem e discutam suas teses, estudos e opiniões, para melhor informação da sociedade. É importante que todo o conhecimento acumulado nas Universidades e Instituições de Pesquisa seja colocado à disposição da população, para que a realidade da agricultura, em especial seu caráter de sustentabilidade, transpareça. Mais informações no website: https://agriculturasustentavel.org.br/. Acompanhe também o CCAS no Facebook: https://www.facebook.com/agriculturasustentavel.
Segs, 08/01/2018