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Universidade cria herbicida que não prejudica a saúde e o ambiente

Universidade cria herbicida que não prejudica a saúde e o ambiente


Pensando no agricultor, no consumidor e no ambiente como um todo, um grupo de professores da UFSM deu início, em 2012, a uma pesquisa que tinha um objetivo nobre: desenvolver produtos que combatessem pragas das lavouras sem prejudicar a saúde. 

O resultado desse trabalho vai ser apresentado em 4 de abril, durante o 6º Workshop de Bioprodutos Aplicados à Agricultura, no auditório do CCR (veja a programação completa aqui).

– Hoje em dia, 99% das lavouras são conduzidas de maneira convencional, o que significa que elas usam químicos em grande escala, principalmente inseticidas, fungicidas e herbicidas sintetizados a partir do petróleo. Esses produtos são muito prejudiciais ao homem, aos animais e ao ambiente. Por isso, um grupo de pesquisa se estruturou na UFSM para criar um produto que utilizasse microrganismos que vivem na natureza e atacam as pragas. E esse evento encerra o projeto e apresenta os produtos que já desenvolvemos – diz o professor Rodrigo Jacques, do departamento de Solos da UFSM, que é um dos idealizadores da pesquisa junto com os também professores Jerson Guedes, do departamento de Defesa Fitossanitária, e Márcio Mazutti, do departamento de Engenharia Química.

De acordo com Jacques, o grupo de pesquisa segue indo a campo para conversar com produtores e descobrir quais são os principais inimigos das lavouras, entre pragas, doenças e plantas. O grupo recolhia amostras de insetos que estavam doentes por terem sido atacados por microrganismos, especialmente fungos:

– Saímos pelo bioma Pampa, recolhemos e levamos essas amostras para o laboratório, isolamos, testamos e descobrimos que esses inimigos naturais de moscas e larvas, por exemplo, podem se tornar produtos para o controle dos insetos pragas das lavouras – acrescenta o professor.

O projeto foi submetido e aprovado em um edital de incentivo do governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, e recebeu uma verba que foi fundamental para o desenvolvimento do trabalho e para a criação de um laboratório de biotecnologia agrícola na UFSM.

– Nesses cinco anos, identificamos diversos microrganismos e conseguimos desenvolver alguns bioprodutos. Um deles, que é um bioherbicida, já está com o processo de patente em andamento. Tudo está sendo feito com o intermédio da Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia da UFSM – diz Jacques.

O bioherbicida é produzido por um fungo e poderá ser aplicado para matar quase todas as ervas daninhas antes do plantio da safra. Após agir, ele é biodegradado pelo ambiente e não prejudica a plantação. Outro uso deverá ser para matar ervas daninhas em calçadas, na cidade. Após obter a patente, será preciso transferir a tecnologia para uma empresa que registre e comercialize o bioherbicida, o que pode levar alguns anos.

Diário de Santa Maria, 28/03/2017

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