SUSTENTABILIDADE
Uso sustentável de agrotóxicos requer aplicação correta, alerta pequisador
Uso sustentável de agrotóxicos requer aplicação correta, alerta pequisador
O uso sustentável de agrotóxicos depende fundamentalmente da aplicação do produto na forma correta. A avaliação foi feita pelo pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Rômulo Penna Scorza Júnior, durante painel realizado nesta semana na Feira Agropecuária Internacional do município de Dourados (Expoagro), a 225 quilômetros de Campo Grande.
O pesquisador lembrou que quando um agrotóxico é registrado no Brasil são realizados vários testes relacionados à sua eficiência e ao seu comportamento ambiental, justamente para caracterizá-lo quando a sua periculosidade ambiental, mas que existe um outro componente chamado de “exposição”, quando a recomendação de uso não é obedecida, o que faz com as pessoas e o meio ambiente fiquem expostas a altas concentrações do produto.
“Como se garante, então, o uso sustentável? Usando o produto da forma correta, conforme recomendação do rótulo. Mas também ficando atento às peculiaridades de sua propriedade, como não aplicar o agrotóxico próximo a recursos hídricos, tomar cuidado com lixiviação, logicamente fazer a aplicação do produto em horários mais adequados para evitar altas temperaturas”, explicou Scorza Júnior.
Ele comentou ainda que também é possível antever o comportamento ambiental do agrotóxico no campo, se forem levados em conta as características do produto, do solo e do clima. “Tendo subsídios técnicos, com essas informações em mãos, é possível ter uma ideia dos possíveis riscos ou do potencial de contaminação dos recursos hídricos daquele agrotóxico. Com os subsídios técnicas, é feita a comparação entre moléculas”, explica.
O pesquisador detalhou ainda que existe outra maneira de prever os riscos. “É a maneira pela qual a pesquisa tem se dedicado, elaborando programas de computador que tentam simular o que acontece no campo, utilizando simplesmente uma ferramenta computacional com posse das informações de clima, de solo e da molécula do agrotóxico, por meio de modelos matemáticos. Com isso é possível saber até que profundidade vai chegar, a que concentração vai chegar naquela profundidade, quanto tempo vai permanecer no solo e o que vai acontecer com o produto se mudar a época de aplicação”, comenta.
Nesse sentido, Scorza Júnior diz que a Embrapa tem trabalhado no desenvolvimento de um programa de computador que tem como objetivo simular o comportamento ambiental de moléculas de agrotóxicos em cenários agrícolas brasileiros. “Com isso, será possível estimar concentrações que podem ocorrer nesses cenários agrícolas. Com base nesses valores, nessas estimativas, os órgãos que lidam com os registros de moléculas de agrotóxicos querem utilizar essas ferramentas para avaliar o risco ambiental no Brasil”, concluiu.
Agrodebate, 02/06/2014