USO E APLICAÇÃO

Curso em Biritiba Mirim ensina como aplicar corretamente agroquímicos

Curso em Biritiba Mirim ensina como aplicar corretamente agroquímicos


Em Biritiba Mirim, a agricultura é a principal atividade econômica. Por isso, um curso de aplicação de agroquímicos fez sucesso por lá. Ele foi organizado pelo Sindicato Rural e Senar. Além de ensinar técnicas de segurança, o instrutor do curso destacou que a capacitação para pulverizar os produtos químicos é obrigatória. Afinal, eles podem fazer muito mal para saúde se não forem aplicados direito.

Usando água no pulverizador, o instrutor do Senar Armando José Cardoso de Mello explicou as formas corretas de aplicar o agroquímico. Por lei, quem manipula o produto deve sempre usar todos os equipamentos de segurança individual. Só depois de estar com a roupa adequada máscara, óculos e luvas é que o trabalho pode começar. “Além de ser obrigatório pela legislação, o curso tem a finalidade de proteger o aplicador, o meio ambiente e o consumidor que vai comprar esse produto que recebeu o agroquímico”, explicou Mello.

Igor Felipe Santos aplica produtos químicos há três meses em um sítio em Biritiba Mirim. Com o curso, ele viu que muita coisa que fazia colocava em risco sua segurança. “Um deles é o uso da máscara, luva, bota e vi que tem que utilizar.”

Mas para espalhar o agroquímico com segurança, não basta só usar os equipamentos certos. É preciso saber calcular quanto de produto usar em cada máquina para não colocar o meio ambiente e nem o aplicador em perigo. Por isso, no curso os alunos também aprenderam a “matemática da vazão”. “ O cálculo da vazão, a gente vai ver quanto o pulverizador está fazendo por hectare e calcular quanto de produto vai colocar no vaporizador”, disse Mello. Além disso, como existem no mercado diversos produtos contra pragas, doenças e ervas-daninhas é preciso também conhecer as pontas do pulverizador. É que cada produto pede uma vazão diferente.

Roberto Hiramatsu é supervisor rural e não perdeu nenhum detalhe do curso. Ele anotou tudo para passar para os sete aplicadores gerenciados por ele em uma propriedade em Biritiba Mirim. “Primeiramente, os cálculos para calcular a dosagem correta e em cima disso desenvolver o trabalho de consciência em cima da própria equipe.”

O instrutor reforça que, seguidas todas essas regras, o agroquímico não representa perigo. “Se a gente pensar em termos de mundo, 20% a 25% da população do mundo tem problemas com alimentação. As perdas de praga, doença e erva- daninha chegam perto de 50%. Então, se a gente usar o agroquímico corretamente, ele não faz mal para o consumidor porque a planta se encarrega de eliminar ele no ciclo.”

Mesmo com todos esses cuidados, Carlos Bergling, que é médico do trabalho,  alerta que o agroquímico é um veneno e pode trazer consequências graves para saúde. “Qualquer parte do corpo pode ser afetada por isso. Desde a pele com alergias até coisas mais graves, como câncer, doenças neurológicas e impotência sexual.” Ele disse ainda que o trabalhador deve ficar atento aos sintomas que podem parecer inofensivos no começo e até passar despercebidos. “A gente teme feitos agudos conforme a substância vai entrando no organismo. Ele pode ter dor de cabeça, enjoo, dor de barriga que são manifestações da intoxicação imediata. Mas isso pode levar meses e até anos em casos de doenças mais graves.”

G1, 07/08/2016

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