USO E APLICAÇÃO

Estudo aponta alternativa para controlar praga recém identificada

Estudo aponta alternativa para controlar praga recém identificada


Uma praga recém-identificada no Brasil está sendo responsável por perdas significativas em lavouras de soja da Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. A Helicoverpa armigera é uma lagarta responsável por perdas significativas em lavouras do oeste da Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, e é motivo de preocupação para os agricultores. Por isso, foi criado um estudo que aponta alternativas para controle da praga. As informações são da Famasul.

Produtores rurais de Mato Grosso do Sul procuraram a Fundação MS e a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Agrário, Produção, Indústria, Comércio e Turismo (Seprotur) em busca de uma solução para o problema. Então foi criado o grupo de trabalho Helicoverpa armigera de Mato Grosso do Sul.

Foi constatado que no estado o dano não foi tão extenso, mas o suficiente para que fosse decretado estado de emergência fitossanitária. A espécie de lagarta pode causar danos a diferentes culturas de importância econômica como soja, milho, algodão, sorgo, tomate, além de plantas ornamentais e frutíferas.

O comportamento da espécie é de grande mobilidade e pode chegar a mil quilômetros de distância. A lagarta tem alta capacidade de sobrevivência, mesmo em condições adversas, e pode completar várias gerações ao ano e finalizar o seu ciclo de ovo até a fase adulta no período de quatro a seis semanas.

A primeira medida do grupo foi realizar a coleta de mariposas em diversas regiões produtoras do estado. Foi identificada a presença da praga helicoverpa em amostras de Maracaju (maior região produtora de soja no MS), Naviraí, São Gabriel do Oeste e Chapadão do Sul.

Um estudo também foi realizado durante a safra 2013/2014 para verificar a eficiência de determinados inseticidas. A equipe identificou uma região com ocorrência da praga e em seguida o ensaio foi estabelecido. As condições durante a condução do ensaio foram de umidade intermediária, plantas no estágio reprodutivo e com início de produção de vagens.

A praga foi controlada por alguns inseticidas, inclusive com bons índices de controle. Esse resultado ocorreu em função dos produtores realizarem o monitoramento com intensidade, e fazendo as aplicações de inseticidas com baixa população da praga e com lagartas pequenas, o que facilita o seu controle e melhora a eficiência dos inseticidas utilizados. Para lagartas grandes, o estudo indica alguns inseticidas com eficiência para o controle, mas as doses devem ser elevadas em até 25% e pode ser necessário o uso de aplicações sequenciais com intervalos de 10 a 15 dias, para realmente reduzir a população das pragas.

Para o controle da lagarta, existem algumas indicações, como os produtos à base de clorantraniliprole, flubendiamide, indoxacarbe, espinosade, clorfenapir, metoxifenozide, teflubenzuron, Bacillus thuringiensis e vaculovírus. Em virtude da dificuldade de controle, alguns estados (como o oeste da Bahia, MT, GO e MS) autorizaram o uso de benzoato de emamectina, um agrotóxico altamente eficiente em caráter emergencial.

O estudo foi realizado em Maracaju, mas com os ajustes necessários, o resultado pode ser aplicado em outras regiões. A pesquisa mostra que, para que o produtor rural utilize o estudo como base, a eficiência do controle está diretamente ligada ao tamanho e quantidade de lagartas, daí a necessidade do constante monitoramento da lavoura. Quanto mais cedo o problema for identificado, menor o tamanho e a população da helicoverpa, e maior a chance de controle.

Capital News, 08/07/2014

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