USO E APLICAÇÃO

Estudo de pesquisadores da Embrapa avalia associação de fungicidas químicos e biológicos para soja


Um estudo realizado pelos pesquisadores da Embrapa Soja, Maurício Conrado Meyer e Cláudia Vieira Godoy, identificou que a intensificação e a pouca diversificação de cultivos no sistema de produção de soja brasileiro têm aumentado as dificuldades de manejo fitossanitário, principalmente pela sucessão de culturas hospedeiras das mesmas pragas e dos mesmos patógenos. Essa condição desencadeou a intensificação da adoção de medidas de controle químico e biológico, em detrimento dos culturais, principalmente para as doenças foliares da soja, dentre as quais, são consideradas de maior importância a ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi), o complexo de doenças de final de ciclo [crestamento foliar de Cercospora (Cercospora spp.) e mancha-parda (Septoria glycines)], a mancha-alvo (Corynespora cassiicola) e o oídio (Erysiphe diffusa).

O desenvolvimento da resistência de fungos causadores de doenças da soja aos principais fungicidas sítio-específicos utilizados na cultura vem promovendo a redução da eficiência de controle, não havendo perspectiva de desenvolvimento de novos modos de ação fungicidas para substituição dos empregados atualmente. Em contribuição ao manejo de resistência aos fungicidas, a associação de fungicidas biológicos aos programas de controle químico vem sendo estimulada, buscando-se uma maior estabilidade de controle das doenças e o aumento da gama de produtos para compor esses programas de manejo.

Devido à maior compatibilidade para associação ao controle químico, os fungicidas biológicos disponíveis para manejo de doenças foliares da soja são formulações compostas por bactérias do gênero Bacillus ou metabólitos microbianos. Levando-se em conta a escassez de trabalhos experimentais de campo, visando demonstrar a eficiência de controle de doenças foliares de soja pelos fungicidas biológicos e a sua importância para a sustentabilidade de produção da cultura, uma rede de experimentos com esse propósito foi iniciada na safra 2022/2023.

O objetivo do estudo foi apresentar os resultados dos experimentos cooperativos para avaliação do efeito da associação de fungicidas químicos e biológicos no controle de doenças foliares da soja, realizados na safra 2023/2024.

Ressalta-se que os tratamentos avaliados nessa pesquisa não constituem uma recomendação de controle. As informações devem ser utilizadas dentro de um sistema de manejo, priorizando sempre a rotação de fungicidas com diferentes modos de ação, adequando o manejo à época de semeadura, a cultivar, ao tamanho da propriedade e à logística de aplicação, às condições climáticas e à incidência de doenças na região e na propriedade. Os resultados sumarizados dos experimentos realizados na safra 2023/2024, para a associação de fungicidas químicos e biológicos no controle de doenças foliares da soja podem ser consultados no site da Rede de Fitossanidade Tropical.

 

Fonte: Canal rural, publicado em 27/08/2024

Fonte da imagem: Freepik

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