USO E APLICAÇÃO
Falta de qualificação aumenta riscos nas aplicações de defensivos agrícolas
Falta de qualificação aumenta riscos nas aplicações de defensivos agrícolas
A falta de qualificação pode aumentar o riscos do uso de agrotóxicos nas lavouras do país. O uso do produto precisa ser controlado exigindo ainda a capacitação do profissional que opera os meios de aplicação, seja por via aérea ou terrestre.
O gerente de educação da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), Fábio Kagi, explica que é preciso quebrar o estigma de que o uso de agrotóxicos somente trás prejuízos. “Sabemos que existem riscos para o produtor que usa agrotóxicos, mas se a aplicação for correta esses riscos diminuem”, conta.
O pesquisador e professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), João Paulo Rodrigues, explica que o uso do agrotóxico, quando bem feito, pode reduzir as perdas no processo de produção de alimentos. Conforme ele, cerca de 54% do desperdício de alimentos ocorre na fase inicial de produção, incluindo a manipulação e os processos de pós-colheita e armazenamento.
“Temos que lidar com várias questões, como as condições climáticas, a dosagem do produto e a preparação do profissional que irá fazer as aplicações. Se não há capacitação e controle, o agrotóxico pode atingir rios e cidades”.
Ele avisa que para uma aplicação controlada é preciso verificar as condições do clima e a velocidade do vento. “O ideal é que a umidade relativa do ar esteja em 55%, a velocidade do vento fique entre 5 a 12 km/h e a temperatura esteja abaixo de 30°C”, diz o pesquisador.
Para o presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag), Nelson Paim, as empresas estão cada vez mais capacitadas, visando diminuir a pressão ambiental no setor agrícola. “Sabemos que a questão ambiental é muito forte e que precisamo estar de acordo com as regras. Desta forma, o setor tem buscado a capacitação frequente”.
Vantagens da aplicação aérea
A aplicação de agrotóxicos por via aérea pode reduzir em até 10% as perdas na produção agrícola. Além disso, é possível reduzir o tempo das aplicações, aproveitando melhor a janela ideal para o controle das lavouras. Apesar das vantagens, especialistas acreditam que não há competitividade com o meio terrestre.
“Para cada situação há uma necessidade. O produtor é que precisa avaliar qual é a melhor forma de fazer as aplicações de agrotóxicos nas lavouras”, explica o pesquisador e professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), João Paulo Rodrigues. Conforme ele, o custo das operações também devem ser avaliados pelos produtores.
G1 MT
16/04/2014