Nova abordagem com biodefensivos transforma combate de gafanhotos na Ásia

Entre os dias 10 e 13 de junho, o Quirguistão realizou um teste nacional com defensivos biológicos na região norte de Chuy, marcando um avanço na busca do país por um manejo ambientalmente responsável das infestações de gafanhotos. O teste foi liderado pelo Ministério dos Recursos Hídricos, Agricultura e Indústria de Processamento, com apoio da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e financiamento da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) e de recursos próprios da FAO.

A iniciativa faz parte do programa mais amplo “Programa para Melhorar o Manejo Nacional e Regional de Gafanhotos no Cáucaso e na Ásia Central (CCA)”, que visa reduzir a dependência dos países em relação aos agroquímicos.

Segundo a FAO, os biodefensivos — especialmente os que utilizam o fungo Metarhizium acridum — estão se destacando como uma alternativa eficaz e seletiva aos tratamentos químicos. Esses agentes biológicos atacam gafanhotos e grilos migratórios sem prejudicar seres humanos ou espécies não alvo, como polinizadores, aves e vida aquática.

O Quirguistão enfrenta regularmente ameaças de duas espécies de gafanhotos: o gafanhoto marroquino e o gafanhoto italiano. Ambas são capazes de se reproduzir rapidamente e formar grandes enxames que podem causar sérios danos a lavouras e pastagens.

“Os defensivos biológicos oferecem uma alternativa mais segura para controlar os gafanhotos antes que atinjam níveis críticos”, afirmou Oleg Guchgeldiyev, representante da FAO no Quirguistão. “Eles são especialmente úteis para ecossistemas frágeis. A continuidade dos testes ajudará a fortalecer a capacidade científica e técnica, abrindo caminho para um setor agrícola mais resiliente.”

Os testes em campo são uma etapa essencial para integrar os biodefensivos nas estratégias nacionais de controle de gafanhotos.

A urgência da iniciativa é reforçada por dados recentes do governo. Conforme noticiado anteriormente pelo The Times of Central Asia, o Ministério da Agricultura inspecionou 114 mil hectares no início deste mês e encontrou gafanhotos em quase dois terços da área. Mais de 74 mil hectares já foram tratados com defensivos. A infestação tem sido particularmente grave nas regiões do sul, onde os ciclos de colheita antecipada e as temperaturas elevadas criam condições ideais para a reprodução dos gafanhotos.

Ao adotar os biodefensivos, o Quirguistão espera reduzir os riscos ambientais mantendo a eficácia no controle de pragas, equilibrando a produtividade agrícola com a responsabilidade ecológica.

Fonte: Agropages, publicado em 18/06/2025

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